Descoberto novo sistema de exoplanetas com três “super terras”

Ivan de Colombo

Um novo sistema de exoplanetas, perto do nosso sistema solar, com três “super terras” orbitando ao redor de uma estrela, foi descoberto por astrônomos da Universidade de Genebra – anunciou nesta quinta-feira a instituição.

Situado na constelação de Cassiopeia, o sistema de exoplanetas (do lado de fora do sistema solar, ndlr) é composto por três super terras – os exoplanetas têm uma massa de entre 1 e 10 vezes a da Terra – de um planeta gigante e sua estrela em comum, um pouco mais fria do que o nosso sol.

O novo sistema está relativamente perto de nós, a uma distância de 21 anos-luz da Terra. A título de comparação, a estrela mais próxima de nosso sol está a três anos-luz e a segundo a seis anos-luz.

“Quando as primeiras medições indicaram que um dos planetas orbitava ao redor da estrela em três dias, nós pedimos imediatamente à Nasa um tempo de observação com o telescópio espacial norte-americano Spitzer”, explicou a astrônoma Ati Motalebi, co-autora do artigo.

Golpe do destino, o exoplaneta passa logo entre sua estrela e a Terra, ocasionando o fenômeno chamado de “trânsito”, uma espécia de mini-eclipse. O fenômeno do trânsito é uma vereda para os pesquisadores, a quem permite estimar o raio do planeta graças à sombra projetada sobre a estrela pelo eclipse. O raio é indispensável para o cálculo da densidade e a definição da composição da atmosfera.

O resultado de todas estas medições é que o planeta tem 4,5 vezes mais massa do que a Terra, com um diâmetro 1,6 maior. Sua densidade se aproxima à da Terra e sua composição é basicamente terrestre. “É, de longe, o planeta de composição terrestre mais próximo de nós”, escreveu o comunicado.

O planeta gira em torno de sua estrela em três dias. “Ele está muito próximo da estrela”, explicou à AFP Stéphane Udry, astrônomo do Observatório de Genebra. “A temperatura (do planeta) é de cerca de 700 graus Kelvin (427 graus Celsius). É provavelmente um mundo de lava fundida, pouco compatível com a vida”.

Os astrônomos esperam um dia poder observar os trânsitos de duas outras super terras, definir sua densidade e ver se elas são rochosas ou gasosas, ou uma combinação dos dois.

“Poder definir a composição de três super terras num mesmo sistema próximo daria uma fonte de informação fora do comum sobre a formação de sistemas planetários e a composição de seus membros, em especial das super terras”, comemorou Stéphane Udry.

Fonte: AFP – Agence France-Presse

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