PT de Curitiba desautoriza Gleisi a falar sobre eleição

Ivan de Colombo

Lideranças do PT de Curitiba desautorizaram as ponderações da senadora Gleisi Hoffmann sobre o campo de aliança do partido nas eleições municipais de 2016. O presidente do diretório, Natalino Bastos, não conversou com a imprensa, mas fez chegar a Gleisi o descontentamento sobre o artigo que a petista cobra uma posição do prefeito Gustavo Fruet (PDT) sobre 2016. “Essa é uma decisão que cabe ao diretório municipal e não é exclusividade da senadora”, disse Bastos, por telefone, para outro petista.

Gleisi não controla o diretório municipal. Bastos e a maioria do diretório são ligados ao ex-deputado André Vargas (ex-PT) e a correntes de esquerda do petismo. Quem também não gostou do artigo de Gleisi é a vice-prefeita Mirian Gonçalves, desafeta da senadora. Em 2012, Gleisi articulava para que a ex-vereadora Roseli Isidoro formasse a chapa de Fruet, mas Mirian se lançou candidata a vice e impôs mais uma derrota no currículo político de Gleisi.

Mirian, agora, trabalha para repetir a chapa vitoriosa com Fruet e seu trunfo na manga são os quatro minutos que o PT tem de tempo de TV. A mesma avaliação é dos dois secretários do PT no governo Fruet: Roseli Isidoro (Mulher) e Marcos Cordiolli (Fundação Cultural). Em caso de rompimento, Roseli sinaliza disputar a vereança pelo PDT e Cordiolli entre o PT e Fruet, vai optar pelo apoio a reeleição do prefeito.

Os vereadores petistas – Pedro Paulo, Professora Josete e Jonny Stica – também desaprovaram o movimento de Gleisi. Pedro Paulo diz que o rompimento com Fruet “não tem sentido”. “Nas manifestações de alguns, não há crítica, há apenas um desejo de lançar candidato próprio”, diz.

“Sou filiado desde 1989, mas não serei refém de uma minoria dentro partido”, diz. O vereador diz ainda que não tem nenhuma dificuldade para discutir política com Fruet, mas que, recentemente, tem encontrado dificuldades para conversar com a própria Gleisi.

Professora Josete cobrou do partido a elaboração de um programa de governo, mas que é preciso “diálogo para que as decisões sejam tomadas de forma madura”. Já Jonny Stica preferiu não se manifestou sobre o assunto, mas é amigo do prefeito e o primeiro no PT a abraçar sua campanha.

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