‘El País’: Delcídio, novo ‘homem-bomba’ da Lava Jato será capaz de afetar até a oposição?

Ivan de Colombo

Matéria publicada neste sábado (12) no El País, analisa que nas últimas semanas o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) está assumindo o papel de novo homem-bomba da Operação Lava Jato.

A reportagem fala, que após amargar quase três meses de prisão preventiva por suspeita de tentar obstruir as investigações do escândalo de corrupção na Petrobras, o parlamentar aos poucos se torna protagonista no caso. Tudo começou quando a revista IstoÉ vazou, na semana passada, partes de um suposto acordo de delação premiada, no qual o petista implica a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema.

Ao que parece, a história não acaba aí. O senador petista supostamente também citou irregularidades que envolvem o colega Aécio Neves (PSDB-MG), o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), entre outros, segundo informações adiantadas pela imprensa ao longo da semana e detalhadas nova edição da IstoÉ

O conteúdo da delação foi até agora negado pelo advogado de Delcídio — algo esperado uma vez que, caso confirmasse, seu depoimento não poderia ser homologado pelo STF. Caso seja verdadeiro e homologado, o depoimento do senador petista pode dividir o foco da operação, até agora majoritariamente sobre o PT e parte do PMDB. Em suma, pode também sobrar para a oposição. O clima é de especulações e incertezas em torno da Lava Jato, ainda mais tendo em conta uma possível delação de Marcelo Odebecht, condenado a 19 anos de prisão.

O suposto envolvimento de Aécio

Aécio Neves negociou com o senador petista durante a CPI dos Correios, em 2006, segundo a revista IstoÉ desta semana detalha. A comissão foi um embrião das investigações que culminaram com o caso mensalão. Em concreto, Delcídio do Amaral, então presidente desta CPI, pediu a quebra do sigilo do Banco Rural. No entanto, atendeu os pedidos do banco de aumentar o prazo para a apresentação das informações da quebra do sigilo bancário. Com isso, sempre segundo a revista, a entidade financeira “ganhou tempo” para “maquiar” os demonstrativos internos do Banco Rural para evitar que o “mensalão, que é mineiro de nascença, atingisse o governo de Minas Gerais”. Nesta época, Aécio Neves era governador, tendo como seu vice Clésio Andrade.

Fonte: Jornal do Brasil

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