PARANÁ VAI DOBRAR A PRODUÇÃO DE TRIGO

Ivan de Colombo
A produção de trigo no Paraná poderá atingir 3,5 milhões de toneladas neste ano, o dobro da colheita anterior, que chegou a 1,8 milhão de toneladas. A área plantada deve alcançar 1,2 milhão de hectares, um aumento de cerca de 20% em relação ao ano passado. Em 2013, a cultura do trigo alcançou 987 mil hectares, um aumento de 27% sobre o plantio anterior. Neste ano, a região Oeste deve apresentar o maior aumento na área plantada, chegando a 40% de crescimento. Nas demais regiões também haverá migração para a cultura, embora em menor proporção. 

O engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho explica que a cultura está mais rentável que nas últimas safras. “Ano passado muitos agricultores fizeram plantio de milho fora de época. Mesmo com queda na produtividade o preço valia o risco. Este ano a triticultura ganha espaço devido à queda de preço do milho”, afirma. 

A saca de 60 quilos de trigo foi cotada em R$ 41,41 em fevereiro, média de preço que deve ser mantida. O preço é 5% maior que o praticado no mesmo período de 2013 e 26% acima da média dos últimos três anos no Estado. O valor mensal recebido pelo produtor fica em média 30% acima do custo variável de produção. 
Antaq vai refazer audiências sobre áreas no porto do PR

Uma vitória do setor produtivo do Paraná. A Antaq revogou consultas e audiências realizadas em outubro para os novos arrendamentos do Porto de Paranaguá. A decisão segue a recomendação do TCU que questionava os critérios técnicos e de demanda que tinham sido utilizados para a definição das áreas a serem licitadas. A decisão também vale para os portos de São Sebastião (SP), Salvador e Aratu (BA). As informações de Pedro Brodbeck na Gazeta do Povo deste sábado, 8.

O plano apresentado pela Secretaria de Portos em setembro do ano passado recebeu pelo menos 400 questionamentos feitos pelas entidades ligadas ao Sindicato dos Operadores Portuários do Paraná. O bloco 2, que engloba os demais portos que tiveram as audiências suspensas, recebeu mais de 1,8 mil sugestões de alterações nos projetos, segundo a agência.

Em nota, a Antaq só informa que as consultas serão refeitas para aprimorar as propostas de arrendamento existentes, sem informar quando as reuniões serão realizadas. A Appa informou que não foi notificada oficialmente sobre a suspensão das etapas de consulta, mas que na próxima semana há uma reunião marcada entre seu superintendente e a direção da SEP e Antaq.

O andamento do plano já estava travado em função de uma decisão da 4.ª Vara Federal do Distrito Federal que determinava que a Antaq deveria receber, analisar e responder a todos as sugestões enviadas pelas 36 empresas associadas ao Sindop durante o processo de audiência pública no Paraná.

A liminar também obrigava a agência a apresentar estas respostas antes de enviar o projeto para validação no Terminal de Contas da União (TCU). A Antaq não informou quando as consultas serão refeitas.

Controverso

O plano proposto pelo governo federal no ano passado desagradou boa parte da comunidade de operadores portuários. A concentração de novos arrendamentos em grandes áreas foi alvo de críticas, principalmente, das cooperativas do estado, que perderiam espaço no porto para grandes traders portuários mundiais.

Na oportunidade, um grupo de trabalho, inclusive, elaborou uma contraproposta para enviar à Antaq e à SEP para que o projeto osse repensado, a fim de ficar mais próximo do que havia sido planejado no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado (PDZPO).

Para o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, uma vez que o processo voltou uma etapa, a melhor solução é a utilização do PDZPO nas novas consultas. “O plano destrava rapidamente o processo de modernização do terminal portuário do nosso estado. A Antaq tem em seus arquivos, basta desengavetá-lo”, completa.
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