O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, condenado no mensalão também está enchendo o pote com dinheiro de arrecadações na internet. Em um dia já conseguiu R$ 30,6 mil. A dívida de Delúbio com a justiça é de R$ 466.888,90. Os valores estão à disposição no site.
Na página há um texto assinado pelos “Companheiros e Companheiras de Delúbio Soares”, com instruções sobre como doar. No texto de apresentação, a página afirma que julgamento do mensalão foi “o mais violento processo judicial de exceção de toda nossa história”, promovido por “forças do atraso, derrotadas nas eleições do presidente Lula e da presidenta Dilma”.
Paranaguá proíbe pesca em mangue por 30 dias
Uma semana após o incêndios em um depósito de produtos químicos que contaminou o mangue em Paranaguá, a prefeitura decidiu proibir a pesca ou qualquer atividade na área. A proibição é de 30 dias e afeta moradores de três bairros: Vila Primavera, Vila do Povo e Beira-Rio. Além da pesca e da prática de atividades esportivas, também estão proibidas as retiradas de caranguejos da área.
Durante o período de proibição, as famílias que viviam da pesca na região devem ser cadastradas pela administração municipal para receber cestas básicas até o fim do prazo. A medida foi tomada em caráter provisório, até que sejam divulgados os laudos do Instituto Ambiental do Paraná, que vai determinar a o tamanho da contaminação e o tempo que será necessário para recuperar a área atingida.
Arrecadação de impostos bate recorde e atinge R$ 1,1 trilhão
A sociedade brasileira pagou nada menos que R$ 1,138 trilhão em impostos e contribuições federais em 2013. Segundo dados divulgados ontem pela Receita Federal, o número é recorde e equivale a um crescimento real de 4,08% em relação a 2012. Somente em dezembro, a arrecadação somou R$ 118,3 bilhões, o que representa uma alta de 8,25% sobre o ano anterior. Esse foi o melhor dezembro da história.
O bom desempenho mensal, que também se refletiu no resultado do ano, veio principalmente de programas de parcelamento de dívidas tributárias (como o Refis da Crise) que foram implementados pela equipe econômica a partir de outubro. Eles permitem o pagamento de tributos atrasados em prazos maiores e com redução de multas e juros. Segundo o relatório da Receita, em dezembro os parcelamentos resultaram numa arrecadação de R$ 1,409 bilhão. No ano, essas receitas somaram R$ 21,789 bilhões.
A arrecadação também cresceu graças ao aumento da lucratividade das empresas, que se reflete no comportamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). O total recolhido com os dois tributos somou R$ 197,165 bilhões no ano, o que representa um aumento de 8,46% sobre 2012. Ainda segundo o relatório do Fisco, as desonerações tributárias concedidas pelo governo para estimular a economia representaram uma renúncia fiscal de R$ 77,794 bilhões.
Graças às receitas dos parcelamentos e também do bônus de assinatura pago pelas empresas vencedoras do leilão do campo de Libra, no pré-sal, o governo conseguiu fazer o esforço fiscal prometido para o ano passado. O compromisso era realizar um superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 73 bilhões, mas o valor chegou a R$ 75 bilhões.
Onda de manifestação na Copa pode causar dano eleitoral
Temendo reflexos negativos na eleição de outubro, o Palácio do Planalto e o PT se mobilizam para evitar atos de repressão policial violentos com potencial de gerar uma onda de manifestações durante a Copa do Mundo. No início de fevereiro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai se reunir com secretários de Segurança dos 12 Estados-sede para firmar um protocolo de atuação policial frente as manifestações.
Para este sábado estão previstos 36 protestos contra a Copa em todos os Estados do País e no Distrito Federal. Convocadas por meio do Facebook sob o slogan #naovaitercopa, as mobilizações cresceram nas redes sociais. Mais de 20 mil pessoas confirmaram participação no ato de São Paulo marcado para 17h, no vão livre do Masp.
O Planalto dá como certa a ocorrência de protestos durante o torneio. A avaliação de Dilma e seus assessores é de que a ocorrência de manifestações pontuais não compromete a imagem da presidente. Já uma nova onda nacional de protestos pode causar graves danos às vésperas das eleições presidenciais. Por isso a preocupação do governo com a possível repressão violenta. Assessores de Dilma lembram que, no ano passado, os protestos estavam localizados em São Paulo até que a ação policial desproporcional provocou uma onda de atos de solidariedade em todo o País.
Desde o início do ano Dilma tem se reunido semanalmente com ministros para avaliar o quadro e cobrar providências. O núcleo duro do grupo de trabalho é formado por Cardozo e pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Conforme a pauta, outros ministros são convocados. A ideia inicial era fazer reuniões quinzenais, mas o volume da demanda levou a presidente a intensificar o expediente.
Hoje Dilma retoma a agenda de inauguração de estádios, reformas de aeroportos e obras de infraestrutura nas cidades-sede. A maratona começa em Natal (RN) e termina com a entrega do Itaquerão, em São Paulo, no fim de março.
Também por orientação de Dilma, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, tem se reunido com movimentos populares alinhados ao PT e pediu ajuda para monitorar o humor dos grupos que foram para as ruas em 2013.
“O ministro queria saber qual é a expectativa, o que o pessoal está esperando”, disse o coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Eduardo Cardoso, que participou de uma reunião com Carvalho no início de dezembro, em Brasília.
A CMP participa ao lado de dezenas de outros movimentos da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) e tem acesso a grupos quase inacessíveis ao governo.
Na semana passada Dilma autorizou a Secretaria-Geral da Presidência a contratar dois funcionários para reforçar o diálogo com os descontentes. O governo divide esse setor em dois grupos: o dos que foram diretamente afetados pelas obras e o dos que fazem uma crítica ideológica à realização da Copa no Brasil. Um levantamento com as demandas dos diretamente afetados já foi entregue à presidente.
Segundo a Ancop, cerca de 400 mil pessoas, entre famílias removidas, sem-teto e ambulantes, serão diretamente afetadas pela realização do torneio da Fifa e dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.
Conforme Juliana Machado, integrante do Comitê Popular da Copa em São Paulo, a Secretaria-Geral convocou uma reunião com movimentos em julho de 2013, ainda no calor dos protestos, na qual foi apresentada uma pauta com seis reivindicações: fim das remoções de famílias, preservação do espaço dos ambulantes, respeito aos moradores de rua, desmilitarização das polícias, respeito às manifestações e revogação da Lei Geral da Copa.
“Apresentamos nossas demandas mas não teve qualquer resultado porque o representante do governo não tinha poder de decisão. Até hoje não tivemos resposta. Os ministérios da Justiça e da Defesa também nos procuraram, mas até agora nada”, disse Juliana.
#vaitercopa. – O PT também tem atuado para evitar um desgaste da presidente às vésperas da eleição. No dia 12 o partido lançou a hashtag #vaitercopa. A iniciativa, no entanto, foi abandonada. A ideia é adotar o slogan #CopadasCopas, lançado pela própria Dilma no Twitter e baseado no discurso da presidente na cerimônia de sorteio dos grupos do torneio, em dezembro.
Ricardo Galhardo – Estadão