A rádio Correio FM conseguiu uma entrevista exclusiva com a mulher e a filha de José Genoíno, respectivamente, Rioco Kayano (na foto) e Miruna e Ronan. As duas reclamam do tratamento dado ao preso político e denunciam que o sistema implantado à ele na penitenciária é pior que na ditadura militar.
Rioco afirmou que a família pediu, pelo advogado, a um dos coordenadores do presídio para repassar uma carta a Genoino procurando saber como estava se sentindo e perguntando se ele estava tomando os remédios, mas não obteve retorno. “A situação está pior do que a vivida na época da ditadura. Na ditadura, ao menos os presos podiam receber cartas, que eram lidas, mas eram entregues. Agora isto não está acontecendo”, ressaltou Rioco, ela também uma ex-presa política, assim como o marido.”, desabafou.
Rioco disse que no momento a família não questiona a prisão e sim a forma como ela foi feita e suas consequências.
“A gente não se conforma porque eles foram condenados a prisão no regime semiaberto e foram colocados numa prisão fechada. Eles deveriam ter direito a todas as regras do regime semiaberto”, informou a mulher de Genoíno.
Ao longo de todo esse período, segundo denunciou Miruna, foi servida a eles água da torneira, situação só modificada depois de um apelo feito por José Dirceu e Delúbio Soares aos agentes penitenciários na madrugada de ontem para que conseguissem água mineral apenas para Genoino, alertando que ele tinha passado mal e precisava tomar muitos medicamentos.
“Serei grata ao Delúbio e ao Dirceu para o resto da vida por isso. O que soubemos é que apenas hoje meu pai começou a ter uma alimentação condizente com a dieta que estava fazendo. A situação dele exige muitos cuidados”, colocou.
Miruna disse que, no momento, a família não está preocupada mais com o resultado do julgamento ou em comentar sobre a decisão de Joaquim Barbosa, mesmo que venha a tocar no assunto posteriormente.
“Nossa prioridade é a saúde do meu pai”, frisou. Rioco enfatizou que não se conforma com o fato de a condenação ter sido decidida em regime semiaberto e o marido ser submetido a todas as regras de uma prisão em regime fechado. “Desobedeceram, até agora, a todas as regras de um regime semiaberto, inclusive nessa determinação da vinda dele para Brasília, que não tinha necessidade”, destacou.