A estratégia da presidente Dilma Rouissef(PT) para recuperar a popularidade perdida e embicar a campanha do segundo mandato prevê um “novo casamento” com Luiz Inácio Lula da Silva, seu padrinho político.
A partir deste mês, Dilma começará a aparecer em programas de TV, falando para diferentes públicos, como fez no início do governo. A ideia é que ela destaque a parceria com Lula desde 2003. De aparições para atrair apoio das camadas populares a entrevistas com foco econômico, dirigidas a eleitores de maior poder aquisitivo, tudo está sendo planejado no Palácio do Planalto para reabilitar Dilma até dezembro.
A intenção da presidente é também explicar projetos que causam polêmica, como o Mais Médicos, e “vender” as concessões em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, previstas para sair do papel a partir de setembro, após um ano de atraso. Em comum, nas entrevistas, a nova tentativa de colar sua imagem à de Lula.
A eficácia da tática que prevê o reforço da associação de Dilma com Lula e a ida a programas de grande audiência na TV, porém, chegaram a provocar dúvidas na equipe de comunicação do governo.
Não foram poucos os auxiliares que consideraram arriscada a estratégia da exposição ao vivo, nesse momento de crise, às vésperas do 7 de Setembro, quando deve haver nova onda de protestos, com o Grito dos Excluídos. As últimas pesquisas qualitativas encomendadas pelo marqueteiro João Santana, no entanto, mostram que, apesar das divergências e dificuldades de gestão, ainda há uma “simbiose positiva” entre Dilma e Lula. As “quali”, como são chamadas essas consultas, medem impressões e servem como termômetro do humor dos eleitores.
EUA fecham 22 embaixadas e consulados nos países árabes.
Os Estados Unidos fechou neste domingo a maior parte de seus consulados e embaixadas nos países árabes, 22 no total, como no caso do Iêmen, onde as medidas de segurança foram reforçadas diante das representações ocidentais após a advertência emitida por Washington de possíveis atentados da Al-Qaeda em agosto. As embaixadas americanas nas monarquias vizinhas do Golfo, entre elas Arábia Saudita e Kuwait, também foram fechadas neste domingo, assim como em outros países árabes, como Argélia e Jordânia. Em Amã, “as medidas de segurança foram reforçadas em torno da embaixada americana”, indicou uma autoridade jordaniana. Essa autoridade ressaltou que “não houve ameaças” específicas.
Em Sanaa, as forças de segurança iemenitas, apoiadas por veículos blindados, foram mobilizadas em frente às embaixadas fechadas de Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, entre outros países, enquanto um drone (avião não tripulado) provavelmente americano, sobrevoava a capital durante a tarde, segundo os moradores. O bairro de Hadda, no sul de Sanaa, onde está a maior parte das embaixadas e residências diplomáticas, entre elas as de França, Alemanha e Arábia Saudita, estava repleto de homens das forças especiais da Guarda Presidencial. O Alto Comitê de Segurança fez no início da semana operações nas estradas dos arredores de Sanaa e nas vias que ligam a capital às grandes cidades do país. As autoridades iemenitas ainda não se pronunciaram sobre o alerta de atentados ou as medidas de fechamento de embaixadas. Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha decidiram fechar suas embaixadas neste domingo e na segunda-feira, após o anúncio feito na quinta por Washington do fechamento de 22 consulados e embaixadas. A ameaça de atentados da Al-Qaeda afeta todas as representações ocidentais, advertiu o chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, Martin Dempsey. As ameaças são “mais específicas”, mas não se sabe o alvo exato.
O alerta de Washington indicava um risco elevado de atentados da Al-Qaeda em agosto, “principalmente no Oriente Médio e no norte da África” e “na Península Arábica”. Uma reunião sobre as ameaças terroristas da Al-Qaeda foi realizada sábado na Casa Branca. O fechamento da embaixada da França pode durar “vários dias”, indicou o presidente francês, François Hollande, enquanto o Canadá decidiu fechar de forma preventiva sua representação diplomática em Dacca, Bangladesh. No sábado, a Interpol também emitiu um alerta global de segurança no qual pedia que os países membros desta organização de cooperação policial aumentassem a vigilância frente à ameaça da Al-Qaeda, já que o mês de agosto marca o aniversário de vários “ataques terroristas violentos” em Índia, Rússia e Indonésia.
LIQUIDAÇÃO DO BANCO DO MENSALÃO
Epicentro do chamado “núcleo financeiro” do mensalão, o Banco Rural teve na noite desta sexta-feira (2) sua liquidação decretada pelo Banco Central. A instituição, controlada pela família Rabello, apresentava comprometimento da situação econômico-financeira. Em 2005, o banco foi acusado de abrir e manter contas de pessoas e empresas ligadas ao maior escândalo de corrupção da história do País.
O BC ressaltou também a existência de “graves violações” às normas legais e de estatuto do setor e os “sucessivos prejuízos” como motivos para a ação. Ao apresentar recorrentemente balanços no vermelho, a instituição sujeitava os credores a um “risco anormal”. Segundo o BC, pesou também na tomada de decisão, a falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco. Com a ação, os bens dos controladores e ex-administradores do Rural, um total de 18 pessoas, ficam indisponíveis. A liquidação atinge ainda as demais empresas que fazem parte do conglomerado financeiro: o Banco Rural de Investimentos S/A; o Banco Rural Mais; o Banco Simples; e a Rural DTVM. Ao contrário do que acontece usualmente com instituições em dificuldade, o BC optou desta vez por decretar a liquidação diretamente, sem passar antes pelo trâmite burocrático de intervenção na instituição financeira. Segundo fontes com conhecimento do processo, metade dos depósitos do Rural será coberta pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).