Uma funcionária pública da Copel foi presa na manhã desta terça-feira (4) na cidade de Colombo, região metropolitana de Curitiba, suspeita de desviar mais de R$ 500 mil da estatal. A ação policial é coordenada pelo Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos), da Polícia Civil. O juiz ainda determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal, o sequestro de um terreno e a busca e apreensão de um veículo de luxo– ambos adquiridos com dinheiro desviado dos cofres da Copel.
Na casa dela, além do carro, um IX-35, os policiais do Nurce ainda apreenderam uma TV 50 polegadas, uma geladeira, máquina de lavar roupas, máquina fotográfica, duas camas de casal e diversos objetos comprados ilicitamente com recursos da estatal.
A fraude foi identificada pela Copel e repassada imediatamente ao Nurce para apurar o caso. Em menos de um mês, a equipe da especializada da Polícia Civil conseguiu identificar o modus operandi da funcionária e reunir provas que sustentassem o pedido de prisão dela. A funcionária estava afastada das funções há três semanas, após a Copel suspeitar dos desvios.
O esquema era relativamente fácil. A servidora, que trabalha no Departamento Administrativo da Copel, era considerada exemplar e detinha alto grau de confiança dentro da empresa – que acabou sendo vítima dela. Basicamente a função da funcionária era lançar no sistema as faturas emitidas contra a empresa – para posterior pagamento.
Mas, valendo-se função exercida e do conhecimento e acesso ao sistema da Copel, passou a desviar dinheiro da companhia em proveito próprio, na maior parte das vezes quitando boletos referentes a gastos particulares.
Funcionava assim. Ela pegava os boletos bancários dela, falsificava e lançava-os como sendo dívida da empresa. Em um dos casos, ela comprou um carro de luxo 0 km. A investigação comprovou que ela construía uma fatura ou boleto com código de barras e valor corretos. Neste exemplo, ela manteve o boleto da concessionária, com código de barras e o valor de R$ 128 mil, mas montou uma fatura de uma companhia de telefonia celular. Como se a dívida de R$ 128 mil fosse da Copel com serviço de telefonia.
Desta forma, apenas nos meses de maio e junho, ela desviou mais de meio milhão de reais. Além do carro, ela fez a quitação de um terreno em Colombo no valor de R$ 94,7 mil, gastou R$ 173 mil numa loja de materiais de construção, pagou antecipadamente R$ 95 mil pela construção de uma casa pré-fabricada – recusando, inclusive, o desconto oferecido pela fábrica de R$ 10 mil –, adquiriu mais de R$ 4 mil em diversos produtos de uma loja de departamento e por meio do telemarketing de uma empresa, além de gastar mais de R$ 600 em produtos de beleza. Em todos estes casos, ela fraudou boletos bancários como se a dívida fosse da Copel.
A investigação continua, mesmo após a prisão da funcionária, e a polícia não descarta o envolvimento de mais pessoas na fraude. A servidora da Copel vai responder pelos crimes de desvio de dinheiro público e falsificação de documento público e particular.