O Ministério da Saúde informou que será incluído no Sistema Único de Saúde (SUS) o medicamento trastuzumabe, usado para o tratamento de um tipo específico de câncer de mama. A droga, capaz de dobrar a sobrevida de pessoas em metástase (quando a doença já atinge outras áreas do corpo), estará à disposição num prazo de 180 dias.
A decisão foi publicada pelo Diário Oficial da União na última quinta-feira (3). Em 2012, o governo havia liberado o uso para pacientes com o câncer, mas excluía os metastáticos. Hoje, mais de 3 mil pessoas com câncer de mama inicial e localmente avançado fazem o uso do trastuzumabe pelo SUS. Organizações como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) reivindicavam a ampliação para acesso do medicamento a todos os tipos de pacientes.
No mercado, a droga custa cerca de R$ 10 mil a dose. Ela é usada no tratamento do câncer de mama do subtipo HER2+, o mais agressivo e que atinge um quinto das mulheres com tumor no seio. A célula cancerígena expressa o gene que leva o mesmo nome da doença, e o remédio bloqueia a ação desse gene, o que evita a proliferação.
“Estamos muito atrasados com essa aprovação. É uma droga fundamental para o tratamento deste tipo de câncer em qualquer fase e pode dobrar a sobrevida. O tratamento era feito com quimioterapia e sem ter alvo específico para o tipo da doença. Agora, vamos conseguir controlar melhor e por mais tempo”, avaliou a mastologista e presidente da Femama, Maira Caleffi.
De acordo com a Femama, a droga “mudou a forma como o câncer é tratado no mundo”. O trastuzumabe consta na lista básica para combater o câncer, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para guiar governos nas escolhas de oferta em suas políticas de saúde. (Correio do Estado)