A produção mineral (bruta e beneficiada) comercializada no Paraná em 2021 foi de 60,75 milhões de toneladas e sua comercialização atingiu R$ 1,59 bilhão. Os dados constam no boletim
, divulgado pelo Instituto Água e Terra (IAT), através da Divisão de Geologia.
Em comparação ao ano de 2020, a produção mineral teve um crescimento de 7,8% e a sua comercialização um aumento de 20,7%. De acordo com o levantamento, o volume se deve ao aumento no preço médio geral (minério bruto mais beneficiado) de 12%, que passou de R$ 23,4 por tonelada em 2020 para R$ 26,2 por tonelada em 2021.
Os destaques da produção mineral paranaense comercializada no ano passado foram as rochas britadas, rochas carbonáticas (calcário e dolomito), areia, argilas e saibro, que responderam por 97,3% da quantidade e 84,4% do valor apresentado.
Destacam-se, ainda, na participação do valor da produção mineral em 2021, o ouro (6,2%), o carvão mineral (2,7%), a fluorita (2,0%), o talco (2,0%) e as rochas ornamentais (1,8%). Estes produtos possuem preço superior à média, mesmo comercializados em quantidades menores.
“A grande maioria dos bens minerais produzidos e comercializados no Paraná são para uso direto na construção civil ou para a produção de materiais para a construção, além da agricultura, na forma de corretivo agrícola”, destaca o chefe da Divisão de Geologia do IAT, Luciano Loyola. “As rochas britadas e as areias são utilizadas diretamente no setor e para produção de argamassas, concretos, artefatos de concreto, cimento e fibrocimento etc. O saibro é utilizado, em especial, para revestimento de estradas”.
Já as rochas carbonáticas são usadas principalmente para a produção de cimento, cal e corretivo agrícola e, secundariamente, em diversos segmentos industriais (carga mineral na fabricação de borracha, papel, plástico e tintas), além de segmentos tradicionais como produção de agregados (pedriscos, britas, rachões, granilhas) e de rochas ornamentais.
As argilas são utilizadas nas indústrias de cerâmica vermelha e branca (caulim) para a produção de tijolos, telhas, pisos, revestimentos, louças sanitárias e de mesa, além de diversos usos industriais. As argilas refratárias são destinadas para produção de peças de revestimento de fornos.
O talco é uma matéria-prima mineral de largo uso na indústria, sendo aplicado na elaboração de cosméticos, carga inerte na fabricação de tintas, borracha, inseticidas, fertilizantes e papel, entre outros, sendo que a maior parte da produção se destina ao uso cerâmico.
A fluorita é a principal fonte de flúor, utilizada na indústria química e na siderurgia/metalurgia. O carvão mineral produzido no Estado é utilizado para a produção de eletricidade (termelétrica de Figueira).
Por fim, o ouro possui diversos usos incluindo a joalheria e padrão monetário. Sua boa condutividade elétrica e excelente resistência à corrosão também o coloca como um importante elemento na indústria de eletroeletrônicos e em processos eletroquímicos.
O Informe Mineral aponta, também, a produção de feldspato, leucita e nefelina-sienito no Paraná, que são matérias-primas essenciais para as indústrias de vidros e cerâmicas, além de barita, usada extensivamente em fluidos para a perfuração de poços de petróleo, na produção da borracha, como pigmento branco na fabricação de tintas, como substância contrastante em exames de Raio-X e cintilografia, entre outros.
PRODUÇÃO – Quando estudada a produção mineral total comercializada no Paraná em 2021, 21,09 milhões de toneladas correspondem a rochas carbonáticas (calcário e dolomito), o equivalente a toda produção de soja paranaense. Parte deste volume abasteceu as indústrias de corretivo agrícola e de cimento do Estado.
De corretivo agrícola, em 2021, o Paraná produziu 8,12 milhões de toneladas (14,9% da produção nacional) e consumiu 6,07 milhões (11,1% do consumo nacional), segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal).
TÍTULOS MINERÁRIOS – Toda mineração regularizada é feita em área concedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM), após a obtenção da Licença Ambiental junto ao IAT. Em 2021, dos 2.371 títulos minerários concedidos no Estado com possibilidade de lavra (0,93% do território paranaense), em somente 1.082 houve mineração com recolhimento de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM, realizada por 505 empresas, presentes em 179 municípios do Paraná. Esta exploração resultou em um Valor de Comercialização de R$ 1,65 bilhão e recolhimento de R$ 23,26 milhões de CFEM.
Da CFEM arrecadada, os municípios mineradores são os maiores beneficiários e ficam com 60% do valor total. Os municípios afetados pela mineração e o Estado ficam com 15% cada, e outros 10% são direcionados para órgãos da União.