Em Cianorte, evento conscientiza sobre a importância dos morcegos para o meio ambiente

Ivan de Colombo

Proteger e conservar as espécies de morcegos é o objetivo da I Expomorcego, evento promovido pelo Instituto Água e Terra (IAT) em Cianorte, no Noroeste do Estado, até este sábado (29). A ação é realizada em parceria com o Programa de Conservação de Morcegos do Brasil (PCMBRASIL), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (SEMMA) e da Universidade Paranaense (Unipar).

A programação conta com atividades práticas e mesas-redondas, no conhecido Cinturão Verde de Cianorte, que abriga grande número de exemplares. Este é o primeiro evento internacional que debate a importância desses animais no Paraná. A abertura das atividades, nesta quinta-feira (27), contou com a participação de 22 pessoas que saíram em busca de morcegos durante à noite na Trilha do Arboreto, para estudos e troca de conhecimentos.

Outras 500 pessoas participam das mesas-redondas. Pesquisadores tentam desmistificar o preconceito em relação aos morcegos, de que são animais que propagam doenças, apresentando à população a importância dessas espécies para o meio ambiente, uma vez que fazem a dispersão de sementes de árvores nativas e atuam no controle de pragas.

“A fauna é uma grande preocupação na nossa gestão”, destacou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Everton Souza, ao citar investimentos feitos durante os últimos anos para o atendimento adequado aos animais silvestres. “Nos últimos anos, o Estado buscou recursos para implantar os Centros de Apoios aos Animais Silvestres (CAFS), apoiou iniciativas para a promoção da qualidade técnica da nossa equipe em diversas frentes, como na capacitação para avaliações da fauna em espaços ambientais que podem ser melhor utilizados”.

MORCEGOS – A I Expomorcego foi idealizada em alusão ao Mês do Morcego, celebrado em outubro. De acordo com o chefe regional do IAT em Cianorte, Marcelo Marques, os morcegos não devem mais ser vistos como vilões pela sociedade e o objetivo é promover uma vivência harmoniosa entre os animais e os seres humanos. “Eles não atacam as pessoas. Os morcegos possuem uma ecolocalização que permite que façam manobras dificílimas e calculadas”, disse.

Eles são mamíferos e possuem vários tamanhos e cores. Existem mais de mil espécies no Planeta, mas apenas três delas se alimentam de sangue, que são os chamados hematófagos. O restante prefere os mais variados cardápios, como frutas, insetos, néctar e até peixes. Os hábitos alimentares mais comuns das espécies de morcegos que vivem próximos dos humanos são a frugivoria (alimentação à base de frutas) e a insetivoria (à base de insetos).

São também dotados de uma capacidade ultrassônica, como os golfinhos, e podem se orientar no ambiente sem a necessidade de claridade e, por isso, preferem sair à noite para se alimentar. Cerca de 25% das espécies de vegetais das florestas têm suas sementes dispersas pelos morcegos.

Além disso, cada morcego insetívoro chega a comer 600 insetos por noite, incluindo o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, além de aracnídeos como aranhas e escorpiões. Morcegos podem se alimentar, ainda, de pequenos roedores.

Outro hábito que pode causar susto na população é a defesa do animal quando se sente ameaçado pela presença humana. Na realidade, eles sobrevoam próximos às árvores frutíferas ou postes de iluminação para se alimentar. Quando alguém se aproxima, reagem na tentativa de afugentar o visitante para comerem tranquilo.

Fonte: Agência Estadual de Noticias

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