NASA PLANEJA CAPTURAR ASTEROIDE E REBOCÁLO PARA A ÓRBITA DA LUA

Ivan de Colombo

Asteroide (foto D.R.)
A NASA, agência espacial norte-americana, está planejando uma missão robótica para capturar um pequeno asteroide e rebocá-lo para a órbita da Lua. 
“Isto faz parte do que será um programa muito mais abrangente”, afirmou o senador Bill Nelson, um democrata da Florida e membro da subcomissão do espaço do Senado, na sua página na Internet.
“Este programa combina a investigação necessária para explorar os recursos dos asteroides e os meios de desviar a trajetória em caso de ameaça para a Terra, bem como desenvolver tecnologias que permitam facilitar uma futura missão (tripulada) a Marte”, explicou.
O presidente norte-americano, Barack Obama, deverá propor cem milhões de dólares para este projeto no orçamento para 2014, uma vez que a intenção de enviar astronautas para um asteroide próximo da Terra até 2025 não é possível com o orçamento atualmente previsto.

Marina Silva tenta registrar novo partido

São Paulo – A indefinição sobre a criação de seu novo partido – Rede Sustentabilidade – impede a ex-ministra Marina Silva de tirar proveito do recall eleitoral de 2010, quando teve 19 milhões de votos. A pré-candidata ainda não conseguiu montar uma estrutura para correr o País em busca de apoio político e de ajuda financeira para seu projeto. Marina e seus assessores lutam para conseguir as assinaturas necessárias para que a legenda seja registrada até setembro.   ‘‘Primeiro, temos de viabilizar o partido. Em segundo lugar, vamos tratar da candidatura. E isso ainda não estamos fazendo’’, disse João Paulo Capobianco, um dos assessores de Marina. ‘‘Nosso prazo de entrega das assinaturas é junho’’, disse ele.

  Os 6,8 mil coletores de assinaturas do Rede deverão fazer uma prestação de contas hoje. Os cálculos são de que novas 200 mil assinaturas irão se juntar às 50 mil já conseguidas. O Rede precisa de 500 mil assinaturas para ser criado.
  O financiamento é outro entrave para Marina. O estatuto do Rede restringe as doações. Não há chances de a candidatura ser bancada por uma empresa, como em 2010, quando Guilherme Leal, dono da Natura, financiou os gastos e foi vice da chapa.

(Agência Estado)

Procuradoria pede inquérito para investigar Lula

Apuração seria conduzida pela PF com base em denúncias feitas pelo operador do mensalão, Marcos Valério
Valter Campanato/ABr
É a primeira vez que será aberto um inquérito para investigar se Lula atuou no mensalão
Brasília – A Procuradoria da República no Distrito Federal pediu ontem à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar denúncias feitas pelo operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antonio Palocci. É a primeira vez que será aberto inquérito para investigar se Lula atuou no mensalão. A PF terá um trâmite burocrático até a abertura oficial do inquérito, que inclui análise de competência para a investigação e quais crimes serão investigados. A polícia, no entanto, não tem atribuição de arquivar o caso sem investigar. 
Em depoimento em setembro, no meio do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Valério afirmou que Lula negociou com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, o repasse de US$ 7 milhões para o PT. Segundo pessoas com acesso ao depoimento, sob sigilo, Valério afirmou que o ex-presidente e Palocci reuniram-se com Horta no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria o valor combinado para o PT. Palocci sempre negou que a reunião tenha ocorrido. O dinheiro teria sido usado em campanhas petistas, segundo Valério. Horta também deverá ser investigado quando o inquérito for aberto. No pedido a Procuradoria pediu que sejam feitas ”diligências” para averiguar até a exata data do encontro. 
No mês passado, a Procuradoria da República no Distrito Federal analisou o depoimento de Valério e encontrou oito fatos distintos sem ligação entre si. Tomou as seguintes medidas: abriu seis procedimentos criminais em decorrência das acusações feitas por ele e anexou outras duas a inquéritos já abertos na PF. Os seis procedimentos são preliminares e podem ou não virar inquéritos. O primeiro pedido de abertura de investigação foi feito ontem. Condenado a 40 anos de prisão no julgamento do mensalão, Marcos Valério fez outras acusações no depoimento, como a de que o ex-presidente Lula conhecia o esquema e se beneficiou com recursos dele. Lula sempre negou o fato. Um segundo procedimento preliminar foi enviado pela Procuradoria da República no DF anteontem à Procuradoria Regional da República da 1 Região. Por se tratar de crime eleitoral, o procurador José Robalinho Cavalcanti não ficou com o caso. Essa parte da denúncia de Valério trata de suposto caixa dois na campanha de Lula ao Planalto em 2002. A denúncia agora será analisada pelo procurador eleitoral Renato Brill de Góes, responsável por esses casos no Ministério Público Federal. 
Nesse fato, Lula não deverá ser investigado caso o procurador também faça um requerimento à PF para abrir a investigação. Apesar de envolver a sua campanha presidencial, ele não é citado diretamente por Valério no episódio. O depoimento foi prestado às procuradoras Raquel Branquinho e Cláudia Sampaio, esta última mulher do procurador-geral, Roberto Gurgel. Em entrevista à Folha de S.Paulo em janeiro, Gurgel avaliou os depoimentos com ”elementos novos, mas nada de bombástico”. Outro lado O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou em nota que ”não há nova informação em relação às que foram publicadas há cinco meses”, quando o jornal ”O Estado de São Paulo” noticiou que o depoimento de Valério seria remetido à primeira instância da Justiça. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, chamou o depoimento de Valério de ”invencionice”. Segundo ele, o próprio Horta já negou publicamente qualquer pedido de ajuda financeira ao PT. ”Se houver uma investigação, será sobre algo que não ocorreu”, declarou o advogado. A reportagem não conseguiu contato com a Portugal Telecom. 

(Folhapress)

Terremoto de 7,1 graus atinge Indonésia

Um terremoto de 7,1 graus atingiu uma parte remota do leste da Indonésia neste sábado, fazendo com que os habitantes do local saíssem de suas casas em pânico. No entanto, não há relatos preliminares de feridos ou prejuízos. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro foi a 75 quilômetros de profundidade, na província de Papua. Segundo o funcionário da Agência de Meteorologia e Geofísica em Jacarta, Ali Imran, a área atingida é montanhosa e fica cerca de 56 quilômetros ao nordeste de Tolikara. Não foi emitido alerta de tsunami.
“O terremoto foi muito forte. Nos assustou… Minha esposa estava gritando e meus filhos choravam”, disse Yosef Roa, morador de Tolikara, acrescentando que não foram registrados danos em sua vizinhança. O fenômeno foi sentido em muitas partes de Papua, incluindo a capital da província, Jayapura, e as cidades Timika e Wamena, conforme Imran. Moradores fugiram de suas casas, e muitos permaneceram do lado de fora, temendo novos tremores. A Indonésia é propensa a abalos sísmicos devido à sua localização no “Anel de Fogo” do Pacífico, um arco de vulcões e falhas geológicas que circunda a Bacia do Pacífico. As informações são da Associated Press.
(Agência Estado)

MORADORES DE RUA CRESCEM EM CURITIBA

Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Henry Milléo/ Gazeta do Povo / Movimentos sociais dizem que faltam políticas públicas que incentivem pessoas a sair das ruas. Indiferença é o maior problemaMovimentos sociais dizem que faltam políticas públicas que incentivem pessoas a sair das ruas. Indiferença é o maior problema

SEM RUMO

Crescem os “vultos” de Curitiba

Ano após ano, o número de moradores de rua aumenta na capital. Quando notados, é porque se tornaram um incômodo, ou uma ameaça. Quatro  mil pessoas perambulam pelas ruas de Curitiba. Eles são imperceptíveis aos olhos da maioria dos passantes, que se habituaram a seguir a rotina sem parar para ouvir as vozes que vêm das calçadas. Essas “sombras” quase sempre têm famílias, tiveram emprego, uma casa, um propósito. Quando são notadas quase sempre é porque se tornaram um incômodo, ou uma ameaça. “Somos como vultos. Me sinto humilhado”, diz Marcos Roberto dos Santos, um imigrante de Barretos (SP), no seu endereço “quase” fixo em Curitiba, a Praça 19 de Dezembro.
Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Henry Milléo/ Gazeta do Povo / Muitos fazem das ruas um meio de subsistência+ ampliar imagem

Muitos fazem das ruas um meio de subsistência
Difícil regresso
Dependência química e falta de apoio dificultam a volta para casa
A reportagem conversou com moradores de rua no Centro de Curitiba e acompanhou o trabalho da Fundação de Ação Social (FAS). A droga e a liberdade são os pretextos para permanecer nas ruas. Na maior parte das conversas, a sinceridade é clara, a vontade de resgatar a vida é latente, mas o vício é forte e o apoio ainda é insuficiente. Poucos são salvos pela insistência e dedicação de assistentes e educadores.
Fábio da Costa, 37 anos, não quer sair da rua. “Quem não gosta de pedra, gosta de cachaça”, diz. Há 14 anos nas ruas, saiu de casa levado pelo crack. “Nos primeiros meses é só choradeira nas ruas, mas depois você se adapta, descobre os horários das pessoas que ajudam, sabe onde pode pedir comida”, explica. O maior problema é a violência. “Quem não tem cicatriz não é da rua.”
Rotina com vício
Nem sempre quem está na rua não tem onde morar. Um homem de 76 anos, por exemplo, saiu de casa na quinta-feira pela manhã. Foi encontrado pela FAS à noite, caído na calçada, sangue na cabeça e um forte cheiro de cachaça. Foi recebido aos berros pela filha, com incompreensão pela esposa e curiosidade dos vizinhos. O aposentado não resistiu ao álcool.“O mais importante é a insistência diária. Cada pequena coisa que a gente consegue já é muito”, diz a educadora Edna Marinho, 42 anos, quatro deles no resgate social. Ouvir o desabafo da família é outra função extra garantida pela paciência da vocação. “Já fizemos de tudo por ele. Não tem mais jeito”, gritava a filha do aposentado. No final, a família o acolheu.
Ação social
FAS pretende ampliar atendimento a pessoas em situação de rua
A primeira impressão sobre a nova administração da Fundação de Ação Social (FAS), responsável pelo atendimento dos moradores de rua, é de que ela quer entender o problema para atuar com mais eficiência. Foi a ideia passada durante a primeira audiência pública sobre pessoas em situação de rua, ocorrida em Curitiba, na semana passada.
A presidente da FAS, primeira dama da cidade, Marcia Olescovicz, afirmou que pretende realizar uma série de audiências para debater com todos os envolvidos uma política mais adequada. “Precisamos, sim, dar uma atenção mais qualificada aos moradores de rua. Hoje não temos um perfil social completo para quem acessa esse serviço, não sabemos em que estágios se encontram”, comentou Marcia em entrevista antes da audiência.
De acordo com ela, é preciso ter mais informações sobre como estão os moradores para possibilidade de um atendimento mais adequado. “A gente tem que entender em que situação eles se encontram no momento, se precisam de uma qualificação profissional, teremos que proporcionar isso, se precisam de oportunidade de emprego, porque já estão qualificados, teremos que fazer parcerias com privadas”, explica.
Uma das primeiras promessas da presidente da FAS foi a abertura de novas vagas em albergues. Durante a audiência, o prefeito Gustavo Fruet se comprometeu a reativar o comitê intersetorial voltado à população de rua de Curitiba.
A capital paranaense tinha 2.776 pessoas em situação de rua em 2008, pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número cresceu. A Fundação de Ação Social (FAS) atendeu 3.450 indivíduos no ano passado, aumento de quase 25% na comparação com os dados do IBGE. Já o Movimento Nacional dos Moradores de Rua estima que as marquises da capital abriguem pelo menos 4 mil pessoas. Para efeito de comparação, entre 2007 e 2012, segundo o IBGE, a população total da capital teve redução de 1,15%.
As histórias se repetem entre entre eles, que perderam seus vínculos. Os motivos são, essencialmente, o consumo de drogas lícitas e ilícitas, como álcool e crack. Algumas pessoas acreditam na hipótese de que a internação compulsória de consumidores de drogas em São Paulo e Rio de Janeiro trouxe uma migração para Curitiba. Mas ainda não há confirmações oficiais do suposto fenômeno.
Desafios
Para quem está há anos nas ruas ou acabou de chegar, o desafio é o mesmo. É preciso insistência para conseguir resgatar o próprio protagonismo. Alçá-los à independência de uma hora para outra é difícil, quase impossível, de acordo com os educadores e assistentes sociais que convivem com eles no dia a dia nas Kombis do resgate social.
A maior cobrança é tirar do papel o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Mo­­ni­­toramento da Política Mu­­nicipal da População de Rua, como pediu o coordenador do Movimento Nacional, Leonildo Monteiro Filho, na primeira audiência sobre políticas públicas para moradores de rua em Curitiba. A audiência, ocorrida segunda-feira, foi presidida pela diretora da FAS, Marcia Olescovicz. “Não houve avanço nos últimos anos [nas políticas públicas], quanto ao acolhimento. Só há albergues”, critica Monteiro Filho.
De acordo com o representante da Rede de Instituições de Acolhimento de Curitiba, Rodrigo Reis Navarro, só há programas paliativos. Na avaliação dele, o município precisa integrar as políticas na área da saúde, educação, capacitação profissional e resgate de vínculos familiares, com programas de desintoxicação, odontológicos, formação profissional. Uma área complementa a outra. “Assim daria para esperar que a população de rua diminuísse”, diz. Se o indivíduo não estiver preparado física e psicologicamente, a regressão às ruas é quase automática.
Indiferença se combate com solidariedade
Chamar a Fundação de Ação Social (FAS) pelo 156 não é a única maneira de aju­­dar os moradores de rua. Eles reclamam da indiferença, do preconceito e da falta de compreensão e solidarie­­dade. Membro da Rede de Ins­­tituições de Acolhimento de Curitiba (RIA), Rodrigo Reis Navarro acredita ser importante tomar atitudes que acabem com essa invisibilidade. “Evitar olhar com desconfiança. Se ele pedir ajuda, tentar colaborar, diminuir o preconceito.”
Segundo ele, é importante avaliar a situação para não se colocar em risco, mas é possível fazer mais do que ligar para o 156. Dar esmola também não ajuda e acaba colaborando com a permanência nas ruas. “Cobrar políticas públicas é fundamental. Um cidadão crítico é muito melhor do que qualquer esmola”, ressalta.
A Pastoral do Povo de Rua, ligada a Igreja Católica, faz um trabalho de resgate. Henrique Celso Fitz, agente da Pastoral, ressalta a importância de acompanhar as políticas públicas e resgatar a autoestima da população de rua. “Nós trabalhamos acreditando do protagonismo das pessoas para que, com um pouco de ajuda, eles consigam reverter o quadro”, conta. A Pastoral tem reuniões no primeiro sábado de todo mês, na Cúria, na Rua Jaime Reis, 366.

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