Grampo da PF registra deputado petista pedindo ajuda a ‘Máfia do Asfalto’.
Deputado é acusado de chefiar organização criminosa que fraudou licitações em 78 municípios do interior de São Paulo
Parlamentares
Loubet é um dos deputados federais do PT e do PSDB citados na investigação que desarticulou a “Máfia do Asfalto”, instalada em gestões municipais. São apontados Cândido Vaccarezza e José Mentor, ambos petistas por São Paulo, e Edson Aparecido (PSDB), atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Ao fazer o apelo “desesperado” a Scamatti, o petista Loubet diz: “Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu tô desesperado, rapaz, sabe o negócio lá… já venho empurrando, empurrando”. O empreiteiro responde secamente: “Pode deixar”.
Em ligação de 19 de fevereiro, às 12h17, o deputado e Scamatti falam sobre “liberação do transporte de asfalto”. O petista diz que “vai estar amanhã com o ‘cara’” e pergunta ao dono da Demop se “tem alguma coisa que ele (Scamatti) queira que veja com ‘ele’”. Cauteloso, Loubet não cita nomes. O empreiteiro responde que “precisa ver aquele negócio do processo lá que não anda, está travado com o pessoal dele”. O petista diz “pra deixar que vai dar uma chorada pra ele amanhã”.
Por meio de sua assessoria, o deputado disse que “é complicado se manifestar sem ter acesso à integra dos autos da investigação”. Ele admitiu que conhece o empreiteiro, mas afirmou que “não tem nenhum tipo de relação política ou comercial com ele”. Vander Loubet lembrou que Scamatti é de São Paulo e ele, do Mato Grosso do Sul. “Não recebi doação do grupo empresarial Scamatti.”
Em depoimento, Thor Batista afirma ter oferecido R$ 300 mil à família de ciclista atropelado.
Para jovem, acidente que matou ciclista em rodovia foi “inevitável” |
Ao depôr à Justiça fluminense nesta quinta-feira, o empresário Thor Batista declarou ter oferecido R$ 300 mil à família de Wanderson Pereira dos Santos, vítima faltal do acidente em que se envolveu, em março de 2012.
Em depoimento à juíza Daniela Barbosa Assumpção, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, o filho do bilionário Eike Batista afirmou que dirigia dentro do limite velocidade permitido, no momento do acidente. A fala desmente o laudo divulgado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no último dia 9, atestando que a Mercedes Benz SLR McLaren dirigida por Thor se encontrava entre 100 e 155 km/h no momento da colisão.
Em uma sessão que durou 41 minutos, Thor disse ter visto o ciclista no meio da pista e que o choque “foi inevitável”. Após o acidente, o jovem afirmou ter tentado manter contato com a família e chegou a oferecer a parentes de Wanderson um auxílio financeiro.
Quando perguntado sobre o excesso de pontos na carteira de motorista, Thor Batista declarou desconhecer as infrações e afirmou não ter sido notificado pelas autoridades. Segundo ele, a notícia chegou ao seus ouvidos “pela mídia”. O rapaz ainda disse não ser o único usuário do veículo, e que seus seguranças dirigem a Mercedes à noite ou quando está cansado. Thor é acusado de homicídio culposo pelo atropelamento – quando não há intenção de matar. Tanto o Ministério Público quanto a defesa do empresário terão cinco dias para compor os autos processuais.