Hoje é dia primeiro de maio, dia do trabalhador.Em tese, todos realizam algum trabalho, ou necessitam do trabalho para sobreviver. Então o trabalhador é quem constrói a história das sociedades.
A História do Dia do Trabalhador remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias e foram duramente reprimidos pela polícia.
A história do 1º de Maio, então, está ligada a luta por melhores condições de vida, lá no final do século 19, está associada ao mundo da produção econômica, ao modelo de desenvolvimento capitalista, à luta de classe.
Visto que a euforia da Revolução Industrial chegava ao fim, depois de cerca de um século os trabalhadores percebiam que os patrões cada vez enriqueciam, acumulavam renda e riqueza e eles passavam a vida apenas trabalhando para sobreviver, inclusive a maior parte de maneira precária.
Mas, é interessante aqui ampliar a reflexão sobre o a relação entre trabalhador e trabalhador. É comum quando se pensar em trabalho/trabalhador lembrar apenas o trabalho que produz e reproduz capital, no sentido econômico. É a cultura capitalista, que considera importante basicamente o resultado da ação humana sobre a natureza. Mas trabalhador é todo aquele que contribui para a organização social, em diferentes espaços de atuação.
A dona de casa que trabalha décadas e décadas em sua residência: cozinhando, lavando roupas, limpando a casa, etc, nem sempre é lembrada como trabalhadora, pois se convencionou dizer que trabalho é o que gera renda, salário ou que produz lucros. Tantos outros trabalhadores não estão ligados diretamente com o sistema produtivo, mas são fundamentais no ponto de vista social, cultural e político. Nesse 1º de Maio são importantes os trabalhadores da educação, dos sindicatos, das instituições religiosas, o artista, o presidente da associação de bairros, do trabalhador voluntário, entre tantos que não ajudam aumentar o PIB (produto Interno Bruto) do País, mas contribuem bastante para a organização social.
Referir-se ao dia do trabalhador significa compreender o ser humano em primeiro lugar, depois as ações ou tarefas realizadas por ele (o trabalho). Pensar no trabalho dialeticamente é pensar no trabalhador, sim.
Mas no sentido ontológico e histórico. Pois é através do trabalho que o ser homem se constitui como humano, no sentido amplo, atribui significado as interações, busca a satisfação social e estabelece interlocução com a cultura, pois o ele não tem natureza fixa no ato de trabalhar, é influenciado pela cultura.
Nesse DIA DO TRABALHADOR é importante pensar que a história se constrói sobretudo por meio do trabalho. Parabéns a todos os trabalhadores que realizam ações que contribuem para o bem da sociedade, para criar condições de cidadania e emancipação social.
Papa diz que “trabalho é fundamental para a dignidade” e condena “escravidão” no Bangladesh
O papa Francisco aproveitou a audiência geral de quarta-feira do Vaticano e o dia do Trabalhador para comentar sobre a atualidade mundial, lembrando que os líderes políticos devem esforçar-se mais para criar emprego.
O papa lembrou que os números crescentes de desemprego “foram criados por um pensamento econômico que não teve em conta a justiça social”. “Peço aos políticos que façam um esforço para relançar o emprego. O trabalho é fundamental para a dignidade”, sublinhou. “Penso nos mercados laborais em vários países. Penso nas pessoas, não só nos jovens, que estão desempregadas devido a uma concepção da sociedade baseada no lucro fácil, no ganho próprio”, disse.
O papa Francisco aproveitou a audiência geral de quarta-feira do Vaticano e o dia do Trabalhador para comentar sobre a atualidade mundial, lembrando que os líderes políticos devem esforçar-se mais para criar emprego.
O papa lembrou que os números crescentes de desemprego “foram criados por um pensamento econômico que não teve em conta a justiça social”. “Peço aos políticos que façam um esforço para relançar o emprego. O trabalho é fundamental para a dignidade”, sublinhou. “Penso nos mercados laborais em vários países. Penso nas pessoas, não só nos jovens, que estão desempregadas devido a uma concepção da sociedade baseada no lucro fácil, no ganho próprio”, disse.
Condenação ao exemplo do Bangladesh
Francisco aproveitou, numa missa privada mais cedo, para dizer que considera ser “trabalho escravo” as condições em que trabalhavam os funcionários das fábricas têxteis que funcionavam num prédio que ruiu no Bangladesh, e que já vitimou 400 pessoas.
“Fiquei muito abalado com essas notícias. E vi num jornal que essas pessoas ganham 38 euros por mês. É quanto ganhavam. A isto chama-se trabalho escravo”, disse, citado pela Radio Vaticano.
“Esse trabalho escravo está a ser cometido contra uma coisa bela que Deus nos deu: a capacidade criar, de trabalhar. Quando irmãos e irmãs estarão nesta situação”, disse ainda.