EXPLOSÃO NA LUA FOI VISÍVEL DA TERRA

Ivan de Colombo
Imagem da explosão criada por um gráfico da NASA (foto D.R.)
Um telescópio da NASA captou o impacto de um meteorito na lua, na mais forte explosão registada na superfície lunar. O corpo celeste tinha cerca de 40 quilos e criou um intenso feixe de luz, visível a partir da Terra a olho nu.

O meteorito deslocava-se a cerca de 90 mil quilômetros por hora e tinha cerca de 30 centímetros de diâmetro e caiu na lua na quinta-feira. Segundo os investigadores da NASA, a explosão foi equivalente à detonação de cinco toneladas de dinamite.

“Explodiu num clarão quase 10 vezes mais brilhante do que qualquer coisa que tenhamos visto antes”, disse, Bill Cooke, do gabinete de estudos de meteoritos da NASA, no Centro Espacial Marshall de Huntsville, no Alabama.

Mulher que ficou 22 anos em silêncio absoluto por causa da depressão volta a falar.

Hebert Silva Santana aprendeu a ser pai da própria mãe quando tinha apenas 13 anos. No rearranjo familiar, necessário para cuidar da depressão severa de Marinalva Santana, então com 45 de idade, coube ao quarto – na escadinha de cinco filhos – cuidar da mulher que parou de falar, sorrir e ocupava os cantos da casa com um “silêncio perturbador”, lembra ele.
“Aprendi a tingir os cabelos da mamãe, pintar as unhas, dar banho, comida. Fazia tudo com carinho, mas sentia falta de um cafuné que só mãe sabe dar”, conta. Agora, após completar o 36º aniversário, Hebert reaprende a ocupar o papel de filho. Um tratamento brasileiro, pioneiro e inédito no mundo, trouxe de volta a voz e a expressão à Marina – como gosta de ser chamada. Foram 22 anos calada pela sequela depressiva chamada catatonia (em que há paralisação de manifestação de sensações e até de movimentos simples, como a fala).
Há 60 dias, ela voltou a dizer em alto e bom som não gostar “nada nada” do “alva” que completa o nome. “Prefiro Mara ou Marina”, orienta.
O tratamento que devolveu a mãe a Herbert consiste em dois eletrodos, um vermelho e um azul, ligados ao cérebro por uma corrente elétrica mínima, inferior a 9 volts (não precisa nem conectar o aparelho à tomada). Cada sessão de eletroestimulação cerebral tem duração contínua de 30 minutos. O processo neuroquímico está em testes na Santa Casa de São Paulo e ainda não pode ser usado como padrão clínico. Marina foi a primeira catatônica a ser submetida e agora já são cinco pacientes participantes do projeto, contabiliza o autor do estudo, Pedro Shiozawa, coordenador do Laboratório de Neuroestimulação da unidade.
“Minha mãe estava em estado vegetativo e eu quase sem esperança. Meu pai, que trabalhava feito camelo para nos sustentar e não saiu do lado dela, dizia que para viver não se pode esmorecer”, recorda Hebert.
“Eu acreditava naquela frase. Já tínhamos tentado de tudo. Então surgiu a oportunidade de participar da pesquisa na Santa Casa”, conta o filho número quatro, gerado depois de Helen e mais velho do que a caçula Hevelyn.
Depois da segunda vez em que Marina passou pela técnica experimental, conta Hebert, a mãe voltou a se expressar com palavras. Ao final do ciclo completo de 12 sessões conseguiu justificar à reportagem a escolha dos nomes dos filhos.
“Todos com H, nossa marca registrada. Acho lindo e chique”, explica ela que nasceu em Salvador, Bahia, conheceu o primeiro namorado aos 13 anos, namorou Edivaldo Santana por carta durante dois anos e, aos 17 foi a São Paulo para casar com o pai dos “5 filhos com H”.
Coladinhos
Marina, com ponta de orgulho, gosta de ser uma das pioneiras do experimento que ainda não está disponível aos pacientes e permanece como objeto de pesquisa.
“Ela relembra os tempos de professora”, diz o quarto H dos Santana sobre a carreira abandonada pela mãe por causa da doença.
A família acredita que o gatilho da depressão profunda foi a morte da primeira filha do casal. O assunto não é falado abertamente pois faz os olhos de Marina ficarem vagos, como na época em que ela estava em casa “sem estar”.
Hebert, na ausência presencial da mãe, fez faculdade de engenharia, três pós-graduações, trabalhou como pedreiro, barman e todo tipo de bico, e virou pai de verdade.
“Aos 20 anos, minha namorada engravidou. Nos casamos e, aos 22, tivemos outra filha. Era dolorido demais saber que as meninas não conheceriam a avó que, um dia na vida, já havia sido a pessoa mais forte do mundo.”
Tudo certo. Na semana passada, as netas Bianca, 15, e Júlia, 13, assistiram – e acompanharam – Marina dançar até cansar na pista da festa de formatura da primogênita de Hebert. Não foi preciso apresentações, era como se a avó nunca tivesse ficado ausente.
“Quem ama, não esquece”, diz Marina, que agora tem os serviços de manicure feitos pela neta e não mais pelo filho.
A próxima coreografia já está marcada. Será ao som de “Emoções”, música preferida de Marina. Ela e Edivaldo, depois de anos de bodas interrompidos, querem dançar “coladinhos” as músicas do ídolo Roberto Carlos para comemorar os 50 anos de casados.
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