O norte-americano Edward Snowden, ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, recebeu nesta quinta-feira(01/08) asilo por um ano na Rússia e deixou o aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, onde estava desde 23 de junho.
Segundo Anatoly Kucherena, advogado que representa Snowden em Moscou, disse que o norte-americano recebeu o chamado “asilo temporário”, o que permite que ele permaneça e viva em território russo. A Rússia costuma conceder asilos temporários de um ano, renováveis por igual período. O ex-analista, que é procurado pelos EUA por vazar documentos relacionados a programas de espionagem do governo, saiu do aeroporto Sheremetyevo após passar mais de um mês na zona de trânsito local, disse Kucherena durante breve entrevista ao Wall Street Journal nesta quinta-feira.
Ontem, quarta-feira (31) o governo americano quebrou o sigilo de alguns documentos do programa polêmico de monitoramento de internet e de telefones. E novas revelações de Edward Snowden mostram que o esquema denunciado por ele é ainda mais amplo do que se imaginava. Os dados de milhões de pessoas podem ser interceptados em tempo real pela agência de segurança nacional dos Estados Unidos. O sistema chamado de Xkeyscore permite que analistas pesquisem sem autorização prévia emails, mensagens eletrônicas e o histórico de navegação.
De acordo com documentos divulgados pelo jornal britânico “The Guardian”, os analistas precisam apenas preencher um formulário simples, com uma justificativa genérica para a pesquisa, sem qualquer processo de aprovação por um superior ou pela Justiça. Basta colocar uma informação como nome ou endereço de e-mail, para acessar todos os dados armazenados sobre uma pessoa, inclusive no Brasil. Edward Snowden já tinha dito em junho que era possível acessar até mesmo dados do presidente da República, desde que tivesse o e-mail particular dele. O governo americano voltou a negar que a analistas tenham acesso irrestrito ao sistema. Mas, pressionados pelo escândalo, representantes da agência de segurança divulgaram, no Senado, documentos sobre o monitoramento de conversas telefônicas. Os papeis mostram que o congresso e a Justiça tinham conhecimento do programa.