Oito pessoas serão indiciadas por participação no suposto esquema de pagamento de propina para doação de áreas para empresas.
A declaração foi dada ontem pelo delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Londrina, Ernandes Cezar Alves, após o depoimento do ex-coordenador de Fiscalização e Análise de Projetos do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), José Hilário.
Entre os indiciados, três são servidores públicos municipais, três são empresários e outras duas são envolvidas no esquema por meio dos servidores ou pelas empresas. O delegado prefere divulgar os nomes apenas quando o indiciamento estiver pronto.
O inquérito tem prazo até 6 de janeiro para ser concluído e Alves afirma que a apuração está bem avançada. “Tudo que precisava ser elucidado, já foi. As pessoas que serão indiciadas já estão definidas nos autos e, agora, só falta concluir o interrogatório de mais dois”, afirma.
Na tarde de ontem, Hilário foi ouvido na sede do Ministério Público, mas ele preferiu manter-se calado. Outras duas pessoas devem ser ouvidas depois de amanhã.
A suspeita de pagamento de propina dentro da Codel para beneficiar empresários em processos de doações de áreas públicas veio à tona no último dia 6, mas era investigado há pelo menos dois meses. Na ocasião, o então gerente de Desenvolvimento Industrial da Codel Eduardo Ivan Reale, o empresário Dorival Pereira e Eliana Teixeira Gonzaga, suspeita de atuar como espécie de corretora no contato com os empresários, chegaram a ser presos temporariamente, mas foram soltos cinco dias depois, após serem ouvidos.
Durante os depoimentos, apenas Eliana teria dito ao delegado que recebia dinheiro de empresários, mas para custeios de taxas e procedimentos. Entretanto, Alves diz que as declarações, em contraponto à apuração, confirmariam o esquema.
O delegado também disse que falta definir a quantidade de fatos irregulares ocorridos, mas que há pelo menos dois confirmados. Durante depoimentos, dois empresários teriam confirmado terem pago para agilizar a doação de áreas na Codel. Um terceiro caso, de acordo com Alves, não chegou a se concretizar porque o dinheiro não foi entregue.
Pelas investigações, o esquema funcionaria da seguinte forma: empresários eram coagidos a fornecer dinheiro aos servidores, entre R$ 1.600 e R$ 2.000, para ter a tramitação agilizada dentro da Codel. Mais tarde, com a doação aprovada pela Câmara de Vereadores, era cobrado um tipo de “bônus”.
Alves afirma que não é o valor que caracteriza a gravidade da irregularidade. “Ainda que não fosse cobrado nada, o fato de um funcionário estar envolvido para beneficiar alguém, como um parente, por exemplo, já seria crime”, explica. Folha de Londrina
Mandela inspirou a luta no Brasil e na América do Sul, diz Dilma em tributo
A presidenta Dilma Rousseff discursou há pouco na cerimônia de homenagem a Nelson Mandela em Joanesburgo, na África do Sul e disse que ele foi a maior personalidade do século 20. Dilma foi um dos líderes mundiais escolhidos para prestar tributo ao líder sul-africano nesta terça-feira (10). Barack Obama e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon também discursaram. Os presidentes cubano Raúl Castro; da Índia, Pranab Mukherjee; da Namíbia, Hifikepunye Pohamba; e o vice-presidente da China, Li Yuanchao, também se pronunciar na cerimônia.
“Nelson Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos maiores processos de emancipação do ser humano da história contemporânea: o fim do apartheid na África do Sul. O combate de Mandela e do povo sul-africano se transformou em um paradigma para todos os povos que lutam pela justiça, pela liberdade e pela igualdade”, disse a presidenta Dilma.
Para ela, o apartheid foi a forma mais elaborada e cruel da desigualdade social e política que se tem notícia nos tempos modernos. “Esse grande líder teve seus olhos postos no futuro do país, do mundo e de toda África”, disse Dilma.
A presidenta falou do orgulho de ter o sangue africano nas veias e lamentou a morte do líder. “Choramos e celebramos esse homem que faz parte do panteão da humanidade. Viva Mandela para sempre”, concluiu a presidenta.
O discurso de Dilma Rousseff é um dos vários que serão feitos hoje, ao longo da cerimônia de tributo a Mandela, no Estádio Soccer City, que tem capacidade para 80 mil pessoas. Estima-se que o evento seja um dos maiores da história, em relação ao número de chefes de Estado e de governo reunidos. De acordo com o governo sul-africano, foi confirmada a presença de 90 representantes.
Folha de Maringá