O levantamento foi encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Ibope ouviu 15.414 eleitores em 727 municípios de todas as unidades da federação entre 23 de novembro e 2 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
É a primeira vez que a pesquisa Ibope encomendada pela CNI avalia todos os governadores. Em julho, o levantamento verificou a situação de 11 governadores, de Pernambuco, Paraná, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro – veja abaixo a evolução de cada estado.
O governo de Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco é o segundo mais bem avaliado, sendo considerado “ótimo” ou “bom” por 58%.
A segunda pior avaliação é a do Distrito Federal, onde 9% avaliam positivamente o governo Agnelo Queiroz (PT).
Considerando a aprovação pessoal dos governadores, Omar Aziz também tem o maior percentual (84%). Eduardo Campos aparece com 76%. Rosalba Ciarlini tem 13% de aprovação e Agnelo Queiroz, 16%.
Confira abaixo a avaliação positiva de cada governo e a aprovação pessoal de cada governador:
Amazonas (Omar Aziz, PSD) Avaliação positiva do governo: 74% Aprovação pessoal do governador: 84%
Pernambuco (Eduardo Campos, PSB) Avaliação positiva do governo: 58% em novembro ante 58% em setembro Aprovação pessoal do governador: 76% em novembro ante 76% em setembro
Acre (Tião Viana, PT) Avaliação positiva do governo: 55% Aprovação pessoal do governador: 70%
Mato Grosso do Sul (André Puccinelli, PMDB) Avaliação positiva do governo: 49% Aprovação pessoal do governador: 66%
Minas Gerais (Antonio Anastasia, PSDB) Avaliação positiva do governo: 49% em novembro ante 36% em setembro Aprovação pessoal do governador: 63% em novembro ante 50% em setembro
Espírito Santo (Renato Casagrande, PSB) Avaliação positiva do governo: 49% em novembro ante 29% em setembro Aprovação pessoal do governador: 63% em novembro ante 47% em setembro
Paraná (Beto Richa, PSDB) Avaliação positiva do governo: 45% em novembro ante 41% em setembro Aprovação pessoal: 54% em novembro ante 52% em setembro
Paraíba (Ricardo Coutinho, PSB) Avaliação positiva do governo: 39% Aprovação pessoal do governador: 54%
Santa Catarina (Raimundo Colombo, PSD) Avaliação positiva do governo: 38% em novembro ante 30% em setembro Aprovação pessoal: 50% em novembro ante 49% em setembro
Ceará (Cid Gomes, PROS) Avaliação positiva do governo: 38% em novembro ante 40% em setembro Aprovação pessoal do governador: 52% em novembro ante 54% em setembro
Rondônia (Confúcio Moura, PMDB) Avaliação positiva do governo: 35% Aprovação pessoal: 52%
Rio Grande do SuL (Tarso Genro, PT) Avaliação positiva do governo: 34% em novembro ante 25% em setembro Aprovação pessoal do governador: 50% em novembro ante 46% em setembro
Piauí (Wilson Martins, PSB) Avaliação positiva do governo: 32% Aprovação pessoal: 47%
São Paulo (Geraldo Alckmin, PSDB) Avaliação positiva do governo: 31% em novembro ante 26% em setembro Aprovação pessoal: 41% em novembro ante 40% em setembro
Maranhão (Roseana Sarney, PMDB) Avaliação positiva do governo: 29% Aprovação pessoal do governador: 45%
Goiás (Marconi Perillo, PSDB) Avaliação positiva do governo: 29% em novembro ante 21% em setembro Aprovação pessoal do governador: 48% em novembro ante 34% em setembro
Sergipe (Jackson Barreto, PMDB) Avaliação positiva do governo: 27% Aprovação pessoal do governador: 46%
Roraima (José de Anchieta Júnior, PSDB) Avaliação positiva do governo: 26% Aprovação pessoal do governador: 31%
Bahia (Jaques Wagner, PT) Avaliação positiva do governo: 26% em novembro ante 28% em setembro Aprovação pessoal do governador: 50% em novembro ante 45% em setembro
Tocantins (Siqueira Campos, PSDB) Avaliação positiva do governo: 25% Aprovação pessoal do governador: 34%
Alagoas (Teotônio Vilela Filho, PSDB) Avaliação positiva do governo: 24% Aprovação pessoal do governador: 35%
Mato Grosso (Silval Barbosa, PMDB) Avaliação positiva do governo: 23% Aprovação pessoal do governador: 37%
Pará (Simão Jatene, PSDB) Avaliação positiva do governo: 22% Aprovação pessoal do governador: 39%
Rio de Janeiro (Sérgio Cabral, PMDB) Avaliação positiva do governo: 18% em novembro ante 12% em setembro Aprovação pessoal do governador: 32% em novembro ante 29% em setembro
Amapá (Camilo Capiberibe, PSB) Avaliação positiva do governo: 18% Aprovação pessoal do governador: 26%
Distrito Federal (Agnelo Queiroz, PT) Avaliação positiva do governo: 9% Aprovação pessoal do governador: 16%
Rio Grande do Norte (Rosalba Ciarlini, DEM) Avaliação positiva do governo: 7% Aprovação pessoal do governador: 13%I
JK FOI ASSASSINADO!!!!!!
A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo divulgou documento no qual reúne informações que reforçam a hipótese de que o presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), morto em agosto de 1976, foi assassinado.
No documento, o presidente da comissão, vereador Gilberto Natalini (PV-SP), declarou que JK foi vítima de um assassinato ordenado pelo regime militar (1964-1985). “A comissão declara o assassinato de Juscelino Kubitschek de Oliveira, vítima de conspiração, complô e atentado político na rodovia Presidente Dutra em 22 de agosto de 1976″, afirma o relatório apresentado por Natalini.
A Comissão reuniu 90 indícios para sustentar a versão de que o presidente foi morto por autoridades do regime militar. A versão oficial é que JK teria morrido em um acidente de carro com um caminhão após ser desviado por um ônibus de viagem na rodovia Presidente Dutra, perto de Resende, no Estado do Rio de Janeiro.
NOVOS INDÍCIOS
O relatório compila fatos apurados ao longo dos quase 40 anos que sucederam a morte do ex-presidente. Algumas das provas foram obtidas em depoimentos feitos à comissão desde março deste ano.
Algumas das provas são inéditas. Uma delas é o depoimento do motorista aposentado Ademar Jahn, que conduzia um caminhão na rodovia Presidente Dutra no dia 22 de agosto de 1976 e presenciou o acidente com o veículo de JK.
Segundo o relatório, Jahn afirmou ter visto o motorista de JK, Geraldo Ribeiro, “debruçado, com a cabeça caída entre o volante e a porta do automóvel, não restando dúvida (…) de que o condutor se encontrava desacordado e inconsciente, e já não controlava o veículo, antes do impacto”.
O depoimento de Jahn é mais um reforço à suspeita de que Geraldo Ribeiro foi atingido por um tiro antes da colisão do automóvel, o que seria a verdadeira causa de sua morte. No mês de novembro, Natalini se reuniu com o secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo de Carvalho Ferraz, para solicitar uma nova perícia de um fragmento metálico encontrado no crânio de Geraldo Ribeiro.
O relatório apresentado hoje afirma que o secretário estadual enviou um ofício à comissão dizendo que “não foi localizado o laudo original e materiais solicitados (fragmento metálico)”.
“Conforme as autoridades de Minas Gerais, portanto, estavam desaparecidos das dependências da Polícia Civil tanto o laudo oficial com o resultado da exumação da ossada de Ribeiro (…), quanto a análise original do fragmento metálico, de 1996″, afirma o relatório. Essa perícia havia concluído que o fragmento metálico era um prego do caixão de Ribeiro.
DEPOIMENTOS
Um dos depoimentos mais importantes feitos pela Comissão da Verdade de São Paulo neste ano foi o do motorista Josias Nunes de Oliveira, 69, que dirigia o ônibus que teria sido responsável pelo acidente com o Opala de Juscelino Kubistchek.
Em outubro, Oliveira disse em depoimento à Comissão da Verdade que recebeu oferta com uma mala de dinheiro para que assumisse na época a culpa pela tragédia.
Segundo Oliveira, cinco dias depois do acidente, ele foi procurado em sua casa em São Paulo por dois homens. “Eram dois cabeludos, que vieram em uma moto e se identificaram como repórteres. Eles disseram que se eu assumisse a culpa, receberia a mala cheia de dinheiro. Eu vi a mala, cheinha de dinheiro. Mas não assumi, pois não tinha a menor culpa.”
Também foi considerado o depoimento do perito criminal Alberto Carlos de Minas, que disse ter visto “um furo no crânio” de Geraldo Ribeiro.
CONCLUSÃO
A comissão concluiu que o motorista Geraldo Ribeiro foi morto com um tiro e já estava desacordado quando colidiu com um caminhão que vinha em sentido contrário na rodovia fluminense. A comissão também apresentou provas de que o Opala fez uma parada em um hotel-fazenda de propriedade do brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte três minutos antes do acidente.
Villa-Forte foi um dos criadores do SNI (Serviço Nacional de Informações) e era próximo ao general Golbery do Couto e Silva e a João Baptista Figueiredo, general chefe do SNI à época da morte de JK. Couto e Silva e Figueiredos foram apontados pelo presidente da comissão como responsáveis pela morte do presidente.
Segundo Natalini, a comissão encaminhará o relatório de provas à Presidência da República, ao Senado Federal, ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à Comissão Nacional da Verdade a fim de que o assassinato de JK seja reconhecido oficialmente pelo Brasil.
“Enquanto a ditadura tenta ocultar provas, a democracia vem para reconstituir a verdadeira história. O relatório não deixa dúvida de que a morte de Juscelino foi causada por um assassinato covarde”, disse Ricardo Young (PPS), um dos vereadores que assinou o relatório produzido pela comissão.