MP INVESTIGA VEREADOR QUE TERIA PEDIDO PROPINA PARA APROVAR PROJETO

Ivan de Colombo
Antes do início da votação das matérias da pauta da sessão de ontem (18), na Câmara de vereadores de Cascavel, o vereador Paulo Porto pediu que por questão de ordem fossem discutidas as ações que seriam tomadas pela Casa em relação às denúncias que envolvem o vereador Paulo Bebber (PR), acusado de pedir propina para garantir a aprovação do Projeto de Lei 07/2014, que regulamenta a construção do condomínio residencial Riviera, na zona norte.  A Polícia Civil e o Ministério Público investigam o caso.

Veja alguns trechos da conversa onde o vereador pede a propina.
Corretor: Vou falar uma coisa pra você: esses caras tentaram me dar o golpe..
Paulo Bebber: Bom, o negócio é o seguinte. Vou falar pra você, em termos de valor, sai? Sai, mas é uma conversa que não existe. Não vai sair. Vai voltar tudo da estaca zero.
Corretor: Dois anos de serviço já.
Paulo Bebber: Pois é. Ai eles concordaram mandar fazer que iam pagar depois. Depois não tem esse negócio de depois. Sai? Sai. Tudo tem que resolver daqui até semana que vem. No máximo quarta-feira. Mas não adianta esse negócio de depois. O que vai acontecer? O Padovani tá em cima, ele não quer que saia. Ele diz que é um absurdo concentrar, e cita o Julieta Beuno… e eu falei não quero saber, seguinte: se entrar resolve, se não entrar não resolve e não tem retomada lá na frente, tem que ser agora e tem que ser antes e resolver o problema
Corretor: E quanto vai?
Paulo Bebber: É pra ir pra pauta dia 4. A pauta é feita até quinta. Então vou falar assim: até sexta-feira da semana que vem tem que estar com esse dinheiro na mão, ele entra na pauta na segunda e na terça resolve. Não entrando, todo mundo vai se reunir e vai dizer isso não presta pra Cascavel, é uma merda, todo mundo vai no embalo do Nelson. O Nelson tá correndo atrás de um atrás de outro, mas os caras têm dinheiro.
E você acha que isso ai retoma? Ai o Fabian veio falar comigo, falei você é o cara. Eu sei o que vai acontecer. Faz dois meses que estou conversando atrás desse negócio, os caras não abrem mão nem pra depois, e valor, não abrem mão. Então se não acertar esses valores no cash não volta à estaca zero, não, porque o projeto não vai ser aprovado.
Ai vem aquele filho da p** daquele gordinho e diz ele faz por decreto. Ah é? Nós vamos votar o projeto, não tem decreto. Na verdade o gordinho ali é muito malandrinho, que vá peitar a mãe dele.
Corretor: Eu vou investigar como que está a situação hoje. No início Paulinho, nós fizemos assim, então nós vamos trabalhar junto e começamos, fizemos todos os projetos juntos, bancamos todos os projetos, tem chefe meu que voltou com os parceiros que soltaram antes. Eu estou na comissão, se ele vai ganhar alguma coisa lá da construtora eu não quero nem saber. Meu negócio é a comissão da área.
Paulo Bebber: Lá tem área de R$ 700 mil.
Corretor: Eu trabalhei. Fiz pra chegar na comissão da área só. Então, deixa eu dar uma conversada e investigada. O Beto está atrapalhando alguma coisa?
Paulo Bebber: Ele fala que se não votar vai por decreto. E não vai! Quis ficar falando merda. Eu falei, não fica falando merda. Eles estavam querendo alguma coisa referente.
Agora Paulo Bebber atende e fala ao telefone: Mas eu vou falar porque o Frare me ligou, eles querem saber sim. Querem saber daquela outra área lá. Na verdade eles querem comprar, porque dinheiro eles têm derramando. Marcos se atravessa de tudo quanto é jeito. Pega o cara, gruda o cara e vêm quem é do grupo dele o responsável e vamos ver se fazemos negócio direto com eles. A não ser que esses caras estão blefando dizendo que é deles. Eu vou procurar saber e te falo Marcos. Eu tenho uma área bem boa de 12 mil metros quadrados no Centro. Não ele não falou de preço, eu vou descobrir o valor.
Paulo Bebber (voltando a falar com o corretor): Viu, não vai passar. Tem um jeito de passar.
Sabe o que vai virar? Vai virar um inferno. Vou fazer lá um campo de batalha. Se o Julieta Bueno com 500 casas, agora com três mil…
Nós vamos votar segunda se tiver acordo tem que falar tem e esse acordo tem que entrar na pauta até quinta entra na pauta e o pagamento tem que ser antes.
Vereador se defende
O vereador Paulo Bebber (PR) informou que falará sobre o caso no período da tarde. Ele disse que não há corretor e que as pessoas terão que provar. O vereador garante que nunca esteve com nenhuma das partes.
Fonte CGN
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