Requião não permite novas lideranças no PMDB, diz Serraglio

Ivan de Colombo

O deputado Osmar Serraglio, presidente do PMDB do Paraná, disse nesta terça-feira, 9, que o senador Roberto Requião não permitiu o surgimento de novas lideranças no partido e de outros candidatos com potencial eleitoral que não fosse o próprio Requião. “Nos últimos 20 anos, com todo respeito ao Requião, ele nunca apoiou um candidato à governador pelo PMDB. Com todo poder que ele teve ele nunca ajudou efetivamente o PMDB”, disse Serraglio em entrevista a CBN Cascavel.
Serraglio disse que várias lideranças se afastaram do PMDB por não concordar com a política partidária de Requião e citou como exemplo o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, hoje no PDT, que há tempos postulava a disputa da capital paranaense pelo PMDB. “Requião sempre cortou Fruet. O Fruet havia saído do PSDB, ofereceu-se para voltar ao PMDB desde que fosse o candidato a prefeito em Curitiba e Requião não aceitou. O Requião não admitiu que tivéssemos hoje o prefeito. Lá atrás também, ele como governador insistiu em lançar um candidato que fez 1% dos votos de Curitiba”, disse
O deputado também criticou o pífio resultado do partido nas últimas eleições. “Na última eleição, Requião se elegeu, mas, por exemplo, em Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá ele foi o quarto mais votado, ou seja, ele perdeu para o Ricardo Barros (PP), para o Gustavo Fruet (na época no PSDB) e para a Gleisi (Hoffmann, do PT). Quantos vereadores temos em Cascavel? Na região? Curitiba tem 38 vereadores e o PMDB só tem um”, questionou Serraglio.
Um outro, segundo Serraglio, é a rejeição de Requião. “As pesquisas e análises internas mostram uma rejeição muito grande de Requião, um dos maiores do estado, em torno de 40%. E hoje, tão importante quanto a aprovação, é a rejeição que termina definindo uma eleição”, disse. “A gente cansou, a gente quer respirar, quer saber as opções que temos. Nós damos uma sacudida e saímos ou continuamos neste maramos de uma corda só”, completou.

PMDB descarta PT no PR, diz Serraglio

O presidente do PMDB do Paraná, deputado Osmar Serraglio, descartou nesta quarta-feira, 9, a aliança com o PT nas eleições de outubro. Serraglio disse que de quatro cenários, hoje o partido só tem duas alternativas: candidatura própria ou coligação com o governador Beto Richa (PSDB). “Está totalmente (descartada o apoio ao PT). Não temos nenhum deputado estadual ou federal que anuncie que apoie a Gleisi (Hoffmann, candidata ao governo pelo PT). A caminhada política do PMDB não tem a mínima proximidade com o PT”, disse Serraglio em entrevista a rádio CBN Cascavel.
O deputado disse ainda que os últimos episódios de escândalos e corrupção envolvendo o PT afastam mais o PMDB do time de Gleisi. “Ainda mais agora, com estra tragédia que aconteceu para cima do deles, do (deputado) André Vargas, que a gente imagina que a própria Gleisi esteja com um risco tremendo, pois isto evidentemente contamina o grupo político deles todos, e isto vai refletir nas eleições”, disse.
Serraglio disse ainda que no PMDB, os deputados estaduais concentram o apoio do maior número de convencionais e a inclinação é de apoio a Beto Richa. “No PMDB, o grupo dominante é dos deputados estaduais. São eles que têm um elo muito mais forte com os convencionais. E a resposta ocorreu a convenção estadual do PMDB, em que o senador Requião foi candidato e me lançaram candidato, e nós ganhamos. Depois houve a eleição em Curitiba, no final do ano passado, e novamente um embate do grupo do Requião com o grupo dos deputados. E novamente o senador perdeu”, disse o deputado.
“Embora a pretensão do Requião é legítima, hoje quem tem mais votos no diretório – e é isso que vale – são os deputados estaduais. E a opção deles é com o governador Beto Richa. É a maior bancada de apoio a Richa na Assembleia Legislativa. São 13 deputados e eles também estão preocupados na própria eleição”, completou Serraglio.
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