Popularidade de Dilma segue em queda e se aproxima de seu ponto mais baixo, mostra Ibope

Ivan de Colombo

A avaliação do governo Dilma Rousseff segue em tendência de piora, com índices que beiram os patamares apresentados logo após as manifestações de junho. Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira revela que a parcela dos brasileiros que considera a gestão ótima ou boa oscilou negativamente pela terceira vez no ano, passando de 36% em março para 34% em abril. Em dezembro, no pico da recuperação pós-protestos, a aprovação chegou a 43%. Em fevereiro era de 39%.

De outro lado, a avaliação negativa do governo é a segunda pior da série histórica do governo Dilma, tendo subido de 27% em março para 30% em abril. O índice só não é pior do que o apurado em julho de 2013, quando chegou a 31% e empatou com a avaliação positiva do governo, que despencara de 55% para os mesmos 31%. Aquela pesquisa foi a primeira após a massificação dos protestos de rua nas principais cidades do País.
A queda da aprovação da administração federal guarda relação com a piora do cenário econômico. O índice de confiança do consumidor – indicador com a maior correlação com a avaliação do governo -, por exemplo, registrou em fevereiro a maior queda mensal de sua história, quando baixou 4,5%, chegando ao menor nível desde julho de 2009. O patamar foi mantido em março. Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação, teve alta de 0,92% em março, maior taxa mensal em 11 anos.
No período, a presidente Dilma também foi exposta a um noticiário negativo em relação à sua capacidade de gestão após a revelação de que ela deu aval à compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobrás quando era presidente do conselho de administração da estatal.
Além de avaliar o governo como um todo, o Ibope pesquisou também a opinião dos brasileiros sobre o desempenho pessoal de Dilma na Presidência, cuja avaliação também caiu. Sua conduta é aprovada por 47% e desaprovada por 48%. Em março, a taxa de aprovação era de 51%, e a de reprovação, 43%.
Governo.
Na avaliação do governo, em termos geográficos, à exceção da região Sul, houve apenas oscilações dentro da margem de erro. No Nordeste, a aprovação do governo Dilma passou de 45% para 43%, no Norte e no Centro-Oeste foi de 39% para 40% e no Sudeste subiu um ponto percentual para 30%. No Sul, onde o número de entrevistados é menor e pode haver maiores oscilações, ela caiu de 39% para 25%.
A desaprovação da administração federal entre os que moram na periferia aumentou 11 pontos percentuais, passando de 27% para 38% de pessoas que consideram o governo ruim ou péssimo. Também caiu 11 pontos a avaliação regular do governo, saindo de 42% para 31%. A avaliação positiva passou de 31% para 29%. Nas capitais e no interior tanto a avaliação positiva quanto a negativa oscilaram dentro da margem. No primeiro caso, atualmente 32% veem o governo como ótimo ou bom. No interior, a taxa é de 37%.
O governo é mais bem avaliado nos municípios menores. A aprovação é de 45% nas cidades de até 20 mil habitantes e de 30% nas que abrigam mais de 100 mil moradores.Na divisão do eleitorado por escolaridade, a queda na aprovação do governo se concentrou na faixa com curso superior (de 26% para 20%). No outro extremo, entre os que estudaram até a 4.ª série, a variação foi de 48% para 49%.
No quesito renda, 51% das pessoas que ganham até um salário mínimo avaliam o governo como ótimo ou bom (eram 48% na pesquisa anterior), número que cai para 38% na faixa dos que ganham entre um e dois salários mínimos (eram 40%). Entre os que recebem acima de 10 salários mínimos, o índice foi de 23% para 24%. Nessa faixa, contudo, a reprovação do governo aumentou, chegando a 43% – o índice era de 41% em março, 35% em fevereiro e 25% em dezembro.
A pesquisa revela ainda que, quanto mais jovens os eleitores, mais eles são críticos em relação ao governo. Entre aqueles com menos de 25 anos, a aprovação à gestão da presidente é de 30%, ao passo que 35% consideram o governo ruim ou péssimo. Entre os que têm 55 anos ou mais, 39% avaliam o governo como bom ou ótimo, e 28% o desaprovam.
Metodologia. O levantamento do Ibope foi feito em 140 municípios. Foram ouvidos 2002 eleitores. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais, a aprovação ao governo pode estar entre 32% e 36%. No levantamento anterior, de março, poderia se situar entre 34% e 38%. O nível de confiança utilizado é de 95%. A pesquisa foi registrada sob o número BR00078/2014.
(Fernando Gallo)
Share This Article
Leave a comment