As sucessivas denúncias repercutidas pelo Tribuna Popular e pela RPC/TV derrubaram a poderosa Turma de Pato Branco da administração do Hospital Municipal. Diante dos últimos acontecimentos que escandalizaram a gestão de Reni Pereira, o Conselho Curador destituiu toda a diretoria. A administração do hospital volta ao poder direto do Município e comando do secretário municipal de Saúde, Charles Bortolo.
A partir de agora haverá um período de transição sendo mantidos os funcionários. As empresas terceirizadas e fornecedores também serão mantidos até a conclusão do período que deverá ser de 60 dias. Todos os contratos serão revistos e ao término da transição a Fundação Municipal de Saúde deverá ser extinta. Enquanto isso, o gestor do Município e maior responsável pela situação, o prefeito Reni Pereira, está em Curitiba, segundo informou os assessores.
O Município passa a gerenciar devendo analisar contratos e se necessário promover novas licitações para prestação de serviços uma vez que o limite de gastos com a folha de pagamento da prefeitura não comporta a realização de concurso público para todas as funções no hospital. A destituição da diretoria ocorre após análise de relatório de auditoria no hospital determinada pelo Ministério Público e novas denúncias de irregularidades nos contratos, com fortes indícios de superfaturamento, favorecimento ilícito, tráfico de influencia e fraude em licitações dirigidas a empresas de parentes e amigos dos diretores.
As denúncias foram apresentadas também na Câmara Municipal pelo vereador Nilton Bobato (PCdoB). Com tanta repercussão, a situação se tornou insustentável. A promotoria de justiça já falava em pedir a extinção da Fundação. Nas últimas horas surgiram rumores de uma possível intervenção por ordem judicial, porém o Conselho Curador resolveu se antecipar. Da mesma forma, as denúncias devem ser transformadas em processo recaindo responsabilidades sobre os gestores da Fundação e também sobre o prefeito Reni Pereira que implantou o sistema e nomeou os dirigentes.
A Turma de Pato Branco entrou na administração do hospital por conta de acordos políticos e financeiros em retribuição ao apoio do grupo na campanha que elegeu Reni Pereira prefeito. O interesse pelo setor se justifica porque, afinal, é na saúde que está o maior orçamento do Município – mais de R$ 200 milhões por ano.
Fonte: Jotapê