O ex-ministro Gilberto Carvalho admitiu nesta segunda-feira que o lobista Mauro Marcondes pediu que ele apoiasse no governo a edição de medida provisória que prorrogaria incentivos fiscais para montadoras de veículos com fábricas no Norte, Nordeste e Centro Oeste. O ministro afirmou ter respondido que não era sua atribuição esse tipo de demanda. Marcondes e a mulher, Cristina, estão presos acusados de participarem de suposto esquema de compra de medidas provisórias editadas nos governos Lula e Dilma. As informações são de Andreza Matais, Fábio Fabrini e Beatriz Bula no Estadão.
“Disse que tinha outra função no governo, meu trabalho era cuidar dos movimentos sociais. Tinha agenda lotadíssima, não poderia ajudar, que me desculpasse. Mas fosse à Fazenda que, se fosse justo, iriam tocar”, afirmou em entrevista, após prestar depoimento como testemunha no inquérito que investiga suposta compra de MPs.
Segundo Carvalho, Marcondes tinha interesse na MP 627/2012 que foi editada e prorrogou os benefícios. O ex-ministro disse que não fez gestões na Fazenda para que Marcondes fosse atendido.
No governo Lula, Carvalho afirmou ter recebido de Marcondes uma carta de empresa multinacional automobilística, que não lembra o nome. Ele se recorda de ter agendado uma reunião entre Lula e Marcondes, este como representante da Anfavea, entre outros participantes, mas não o tema 26/01/2016 Gilberto Carvalho diz que lobista lhe pediu apoio para MP.
Marcondes foi tesoureiro e vice-presidente da Anfavea. Como sócio da Marcondes & Mautoni, o consultor contratou por R$ 2,5 milhões uma empresa do filho do ex-presidente Lula, Luís Claudio Lula da Silva. O empresário diz que prestou consultoria na área de esportes. Carvalho negou que tenha recebido qualquer demanda envolvendo a compra de caças. “Nunca tive contato com esse tema.”
O ex-ministro citou várias vezes durante a entrevista que “o ex-governador Eduardo Campos fez puta pressão para que a Fiat fosse para Pernambuco”. Na busca e apreensão, a PF apreendeu documento que relacionou os nomes de Campos, da Fiat e de Lula a edição de MP que beneficiou a instalação da montadora no Estado. O ex-presidente disse que isso seria coisa de bandido. A Fiat negou qualquer acordo. O governo de Pernambuco disse que tem certeza de que Campos agiu com lisura.
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