Sexta-feira, 18 de março de 2018.
Os efeitos da divulgação dos grampos telefônicos começaram: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu agora à noite a nomeação para a Casa Civil do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse nesta quinta (16). Na decisão, o ministro afirma ter visto intenção de Lula em fraudar as investigações sobre ele na Operação Lava Jato. O petista ainda pode recorrer da decisão ao plenário do Supremo. Além de suspender a nomeação de Lula, Gilmar Mendes também determinou que a investigação do ex-presidente seja mantida com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância judicial.
E Mendes não para por aí. Ainda ontem, o ministro do Supremo também afirmou que a conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula interceptada pela Operação Lava Jato pode caracterizar crime de responsabilidade, o que poderia levar a um processo de impeachment. A notícia cai como uma bomba no governo e se o plenário manter a decisão, a prisão de Lula será uma questão de horas. Depois das manifestações desta noite, pró-governo Dilma e em apoio ao ex-presidente só Deus sabe o que pode acontecer se Moro determinar a prisão de Lula. A crise é séria e preocupa.
Advocacia-Geral da União vai recorrer de decisão de Gilmar Mendes
Como se esperava, a Advocacia-Geral da União afirmou logo após tomar ciência da decisão de Gilmar Mendes que suspendeu a nomeação de Lula na Casa Civil e encaminhou seu caso para o juiz de primeira instância Sérgio Moro, em Curitiba. que vai recorrer imediatamente. José Eduardo Cardozo entende que a decisão fere a jurisprudência do próprio STF para um mandado de segurança e que vai estudar o caminho a ser adotado para o recurso. Cardozo não se demonstrou surpreso, pois já esperava a decisão. Por seu lado, o ex-presidente Lula participou nesta sexta à noite das manifestações pró-Dilma e a favor da democracia, na Avenida Paulista, em São Paulo quando lembrou que perdeu muitas eleições, mas nunca protestou contra quem ganhou. Falando a milhares de manifestantes, Lula afirmou que “não vamos aceitar o fim da democracia e nenhum golpe”. O ex-presidente destacou também a importância de se restabelecer a paz no país.