Senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz já admitem rever voto pelo impeachment

Ivan de Colombo

Senador Romário durante votação do impeachment (Foto: Jorge William/Agência O Globo)
Em meio à crise política que atinge o governo interino de Michel Temer, que, em 19 dias desde a posse, já teve que afastar dois ministros flagrados em grampos telefônicos tentando barrar a operação Lava-Jato, os senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), que votaram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, admitem agora a possibilidade de rever seus votos no julgamento final, que deve ocorrer até setembro. A virada desses dois votos, caso se concretize e os demais votos se mantivessem, seria suficiente para evitar a cassação definitiva da petista. O Senado abriu o processo de impeachment com o apoio de 55 senadores e, para confirmar essa decisão no julgamento de mérito, são necessários 54 votos.

Romário não descarta que os novos acontecimentos políticos provocados pelos grampos do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, mudem seu voto. O senador do PSB votou pelo afastamento de Dilma, mas diz que “novos fatos” podem influenciar seu voto no julgamento definitivo.

— Meu voto foi pela admissibilidade do impeachment, ou seja, pela continuidade da investigação para que pudéssemos saber se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. Porém, assim como questões políticas influenciaram muitos votos na primeira votação, todos esses novos fatos políticos irão influenciar também. Meu voto final estará amparado em questões técnicas e no que for melhor para o país — disse Romário ao GLOBO ontem.

Zika pode provocar distúrbio no fundo do olho das crianças, mostra pesquisa

Um estudo feito com 40 crianças nascidas em Pernambuco, cujas mães foram infectadas pelo zika, comprovou que há relação entre a infecção pelo vírus e distúrbios graves nos olhos do bebê. A pesquisa, coordenada pelos médicos Rubens Belfort Júnior e Maurício Maia, com a participação de cientistas da Fundação Altino Ventura, do Recife, mostrou que das 40 crianças analisadas e que tinham microcefalia, quase metade (46% do total) apresentou distúrbio ou lesão no fundo do olho. Desse total, 68% apresentavam distúrbio nos dois olhos.

Em entrevista à Agência Brasil, o oftalmologista Maurício Maia, professor do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), disse que quanto maior o quadro de microcefalia, maior a probabilidade de a criança desenvolver um problema no fundo do olho. “Quanto mais precoce é a infecção [pelo vírus Zika] da mãe, no primeiro trimestre principalmente, e quanto mais microcefálico é o bebê, ou seja, menor é a cabeça, maiores são as chances dessas crianças de ter o fundo do olho também com a doença”, disse Maia.

“É preocupante quando a mãe adquire a infecção em qualquer nível da gestação, mas é muito mais preocupante quando ela ocorre no primeiro trimestre”, ressaltou.

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