Jair silva é dono de uma poética invejável. Pode ser comparado aos melhores poetas introspectivos da literatura brasileira. Costumo dizer que Jair,despojado da métrica e estrutura literária de Augusto do Anjos a esse se assemelharia na penumbra poética. Penumbra , digo, para salientar as sombras e trevas da alma desse poeta, como daquele. Dou-lhe conselhos as vezes, por vislumbrar nele um cronista incrível e um contista potencial. Mas qual…é um arrebatado pela poética e dela não se subtrai milímetros. Também eu escrevo poemas, mas diferentemente de mim, Jair não quer se fazer entender. “Poesia quando se define muito explicitamente deixa de dizer o tudo do poema para dizer apenas o mínimo circunscrito na percepção do leitor. “ Segundo Jair ; a poesia pode infinitamente mais que aquilo que se pode extrair dela. Então tá. Jair é colombense; tal qual tantos desses,ignorado pelo fomento cultural quase inexistente no município
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ALMAS E VENTOS | |
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Quando eu não for Mais do que uma distante lembrança Buscarei o sentido íntimo E essencial das coisas: O encantamento dos nossos olhos À procura de notícias… O silêncio se armando Em redor de nós E tantas outras Humildes coisas que antes amamos… Quando eu não for Mais do que uma infindável promessa Tentarei transpor o incomunicável Com alguns toques de Morse Ou algumas linhas sobrepostas Enriquecidas de sugestões… sonhos E, de certo modo, Ainda à tua procura. |
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