Haicai uma forma de poesia inspirada,ou oriunda, do Japão.Consiste em três versos sendo que o primeiro precisa ter cinco sílabas,o segundo precisará ter sete sílabas ,e ultimo cinco sílabas -575- A proposta poética do Haicai, é apenas retratar uma imagem da natureza, sem que aja portanto, conceitos ideias ou pessoalidade no poema.
O ambiente natural descrito não precisa ser necessariamente uma floresta,pode ser um jardim, ou mesmo qualquer visão natural mesmo que urbana.Jardim, animais ,plantas, céu , vento lua e luar sol vento, luz, sons da natureza… Visa repassar uma impressão quase mística, de de tal forma que a simples contemplação da natureza pudesse trazer algum despertar de percepções adormecidas no âmago da alma. Por isso o Haicai foi criado no Japão, e utilizado pelos Taoismo como uma forma de prece íntima. Um mantra literário que objetivava beneficiar o escritor antes que o leitor.
Eu creio que a impaciência típica dos ocidentais, perverteu a forma e a proposta literária do haicai. Muita gente ao escrevê-los sentiu-se compelida a rimar os versos,o que não é proibido, mas isso criou a compulsão para continuar o poema e incluir conceitos à parte. Creio que foi essa compulsão que deu origem ao Poetrix. Falaremos a respeito mais tarde por aqui.
Meu interesse no Haicai ,já é algo distorcido, confesso. em meus trabalhos de edição de textos, percebo nos autores uma dificuldade enorme em criar o ambiente da narrativa.Raros são os escritores,tidos como amadores que conseguem impressionar o ,leitor descrevendo o panorama lúdico do romance.Foi então que pensei em lhes sugerir o Haicai como forma de escrever com intenção descritiva do ambiente, explorando o cenário como forma de cativar o leitor. O que disse aqui sobre Haicai é uma síntese interpretativa do gênero; não pretende ser uma aula técnica. Fiz alguns ali. Outros da Lira.Vejam aí se errei as sílabas. Pode ser…Até a próxima.
O trigal move Acariciando o chão Sol assando pão. Na rua absorta A sombra vaga torta Como lua morta A enxurrada Rasga a rua mole Esconde o chão Na amoreira Move-se o rouxinol O gato ofega. O vento sopra Esparrama as folhas Árvore flutua |
Gato miando A coruja piando Rato foge Lira Agibert O pirilampo Ilumina a concha E guarda no mar Lira Agibert Na trovoada Passarada assustada Faz revoada Lira Agibert
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A folha anda A formiga carrega Correição verde Caminha azul Olho do gato no céu A pombinha voa A rosa rubra Chuva molhando o sol A pétala cai Farfalha capim Serpente se contorce A semente cai. A pena rola Vento parece arfar A luz é leve
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