Durante a semana estive acompanhando a rotina dos idosos do Centro de Convivência do Jardim Adriana em Colombo, nesse local são atendidas 120 pessoas. A matéria teve o objetivo de acompanhar um cenário que vem mudado a vida de muitos idosos. Percebe-se, portanto que a participação do idoso nos centros de Convivência é uma porta aberta de oportunidades para um novo recomeço para aqueles que ao longo da vida contribuíram com a sociedade e dedicaram-se de corpo e alma na criação dos filhos.
Ainda há muito a se fazer para reintegrar o idoso novamente ao convívio social, a realidade mostra que muitos filhos deixam seus pais isolados e quando há essa cobrança acabam perdendo a paciência, isso quando não agridem fisicamente ou verbalmente. No mundo em que vivemos, filhos e filhas querem liberdade e não compromissos. Por isso, muitos deixam os pais isolados em um canto da casa ou abandonam em casas de repouso, condenando o idoso ao isolamento e ao esquecimento.
Opinião do blog = Onde tudo começa.
As falhas existentes na lei de proteção ao idoso e a falta de responsabilidade e liberdade sem limites dos filhos, acabam sobrecarregando os pais e ao mesmo tempo contribuem no futuro com a exploração dos idosos em todo o país. Existem vários casos de gravidez de meninas com menos de 15 anos e meninos que conhecem a droga e a bebida a partir dos dez anos. Alguém estaria pensando o que isso tem haver com o idoso, eu diria que tudo nasce nesse momento de desfragmentação da família. Gravidez precoce de meninas que obriga os pais a criarem os netos, meninos que bebem e usam drogas dentro de casa, tudo isso financiado por leis de proteção ao menor de idade que tiram a autoridade dos pais. Esse é o caminho que leva a exploração no futuro do salário e do crédito da pessoa idosa. A sociedade se cala por falta de proteção das leis e os pais e idosos não denunciam a exploração com medo de represálias do infrator ou para não ver um filho(a) na cadeia.
Essa é uma realidade que está diante de nossos olhos e não podemos fugir e muito menos fingir que não existe. Somente quem conhece esse senário e vivenciou a solidão e abandono que muitos idosos passam nas casas de repouso(asilos), consegue entender a dimensão da importância dos Centros de Convivências. Por isso resolvi mostrar esse trabalho e quem sabe ainda faremos uma matéria para mostrar a exploração aqui relatada.
Segundo a coordenadora Marta Pinheiro, pioneira na criação de centro de convivência em Colombo, o seu trabalho sempre foi na intenção de construir um local para acolher os idosos.

Foto: BIC
“Antes de existir o Centro de Convivência Adriana, eu mantinha na minha casa um espaço onde realizávamos encontros com idosos, isso começou antes dos anos 80. Depois na gestão do ex-prefeito João Dalprá, sem ser vereadora, apresentei ao prefeito o projeto do primeiro Centro de Convivência de Colombo. A área já pertencia a prefeitura, porém havia sido invadido. Servi como interlocutora entre o invasor e a prefeitura,no final tudo deu certo. Os idosos são minha família, aqui eu me sinto feliz.
Eu queria um local onde pudéssemos oferecer um mundo mais acolhedor, onde houvesse múltiplas atividades para o idoso sentir-se valorizado, onde pudesse despertar novamente a sua potência de vida, contradizendo uma sociedade que prioriza o jovem e depois acaba descartando esse jovem ao mundo dos idosos como se o ser humano fosse uma peça de descarte, disse Marta Pinheiro.
Marta Pinheiro sempre foi uma guerreira. Eleita vereadora, na gestão de Beti Pavin, continuou com seu trabalho. Hoje a área onde Marta reconquistou para a prefeitura conta ainda com uma creche e uma Casa Mortuária. Essa mulher que dedica a sua vida aos idosos tem muitas histórias e realizações para contar.
A Secretaria de Ação Social Maria de Souza, que acompanha os trabalhos desenvolvido no Jardim Adriana disse” Isso é resultado de uma política pública séria de empoderamento e fortalecimento das políticas públicas construída e mantida nas gestões da prefeita Beti Pavin. O apoio ao iodoso reflete na qualidade de vida e longevidade.
Hoje a prefeita Beti Pavin, investe nos CRAS, e esse projeto mudou a vida de muitas pessoas e transformou-se em um modelo de política pública de inclusão social que prepara um mundo mais acolhedor, respeitoso e humano para os velhos do futuro próximo, que seremos nós”, finaliza Maria de Souza.
” O meu sonho é que os Centros de Convencia nunca acabe e que o dia em que eu ficar mais idosa ter alguém para cuidar de mim como eu cuido dos idosos”, finaliza Marta Pinheiro.
Para finalizar eu digo que cuidar do idoso é responsabilidade da família. Também deixo claro que a opinião do blog não está relacionado com os idosos que frequentam o Centro de Convivência. Mesmo que existam politicas publicas para valorizar o idoso, o medo da pessoa idosa em delatar o seu agressor ou usurpador, dificultam em diminuir os casos de vulnerabilidade social da pessoa idosa.
Convido ao leitor para assistir o video abaixo.