A deputada federal Christiane Yared alertou nesta segunda-feira (19) para a existência de casos de golpes às famílias e vítimas de acidentes de trânsito. Durante entrevista ao programa Participação Popular, exibido pela TV Câmara, a parlamentar explicou que agentes ligados às funerárias se aproveitam do momento de fragilidade dessas famílias para embolsar o dinheiro do seguro obrigatório.
“Como pode os pais serem acordados de madrugada, com dois agentes funerários na portaria para dar a notícia que o filho está morto? Na hora do desespero, a família assina tudo que pedirem. Quando isso acontece, a funerária suga todo o dinheiro em flores e velas caras”, disparou.
Uma das maiores defensoras do rigor nas leis de trânsito, Christiane Yared chamou atenção para os “papa-defuntos”, como são chamados os agentes funerários que abordam parentes nas portas de hospitais e delegacias. Eles procuram o dinheiro do seguro obrigatório, conhecido DPVAT, destinado a auxiliar as vítimas de trânsito.
A Polícia Federal estima que 1 bilhão de reais sejam desviados por ano com o golpe do seguro DPVAT. As investigações apontam que 25% do montante destinado às indenizações dos acidentados vai parar no bolso dos “papa-defuntos”.
“A família já tem dificuldades financeiras e perde esse recurso que poderia ajudar. O pior é que as vítimas ainda precisam procurar terreno no cemitério, pois nem isso o seguro cobre”, continuou a paranaense.
Seguro obrigatório
As indenizações podem ser obtidas nos casos de morte, invalidez permanente ou casos de acidentes com despesas médicas e hospitalares. Qualquer pessoa vítima de um acidente pode pedir a indenização, mesmo que ela nunca tenha tido um carro. O pedido pode ser feito em até três anos a contar da data do acidente.
Os valores das indenizações variam de 2,7 mil reais para despesas a 13,5 mil reais para em caso de morte. “O melhor caminho é que as indenizações sejam solicitadas em um dos seus sete mil postos autorizados, sem auxílio de qualquer intermediário”, aconselha Yared. Segundo a parlamentar, além das agências dos Correios, os pontos de atendimento podem ser os escritórios das seguradoras conveniadas e de parceiros, como os sindicatos de corretores de seguros.
Fonte: Assessoria da Deputada