Custos da construção desaceleram para 1,33% em fevereiro

Ivan de Colombo

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado hoje (11) pelo IBGE, subiu 1,33% em fevereiro frente a janeiro, sexta maior taxa da série desde a desoneração da folha, em julho de 2013. Mas trata-se da primeira desaceleração do índice desde julho de 2020 e o resultado é 0,66 ponto percentual abaixo da taxa de janeiro (1,99%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 13,22%, resultado acima dos 12,01% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, o índice foi de 0,25%.

O custo nacional da construção por metro quadrado, que em janeiro havia fechado em R$ 1.301,84, passou para R$ 1.319,18 em fevereiro, sendo R$ 748,58 relativos aos materiais e R$ 570,60 à mão de obra.

Apesar da realização de dois acordos coletivos, em Santa Catarina e na Paraíba, a parcela da mão de obra ficou próxima à estabilidade, com 0,02%, caindo 0,76 ponto percentual em relação a janeiro (0,78%). Comparando com fevereiro do ano anterior (-0,06%), houve aumento de 0,08 ponto percentual.

Já a parcela dos materiais teve alta de 2,35%, registrando queda de 0,61 ponto percentual em relação ao mês anterior (2,96%). Em relação a fevereiro de 2020 (0,53%), houve aumento de 1,82 pontos percentuais.

“Mesmo apresentando desaceleração em fevereiro, a parcela dos materiais manteve a forte influência de meses anteriores na formação do índice nacional em fevereiro, que ficou com a sexta maior taxa desde a desoneração da folha de pagamento em 2013, 1,33%. Esta taxa é inferior apenas às registradas no período de setembro de 2020 a janeiro de 2021. Cabe destacar que a variação da parcela dos materiais também é a sexta maior desde julho de 2013”, destaca o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.

Os acumulados no ano são 5,38% (materiais) e 0,80% (mão de obra), sendo que em doze meses ficaram em 22,18% (materiais) e 3,28% (mão de obra).

Oliveira explica que houve uma queda expressiva na parcela de mão de obra em Minas Gerais, um estado de muito peso, o que contribuiu para a redução dos índices nacional e da parcela da mão de obra.

“Os dissídios estão começando a acontecer. Mas a construção ainda não retomou totalmente, devido à pandemia ou até mesmo à falta de materiais. O que temos é que a parcela de materiais continua com taxas altas, embora desacelerando em relação a meses anteriores. E a mão de obra pode-se dizer que está estável”, conclui Oliveira.

Região Sul registra maior alta

A região Sul apresentou a maior variação, 1,60%, devido à alta na parcela dos materiais em todos os estados, e acordo coletivo registrado em Santa Catarina As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,90% (Norte), 1,40% (Nordeste), 1,30% (Sudeste), e 1,29 (Centro-Oeste).

Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.317,87 (Norte); R$ 1.246,23 (Nordeste); R$ 1.364,56 (Sudeste); R$ 1.381,65 (Sul) e R$ 1.297,35 (Centro-Oeste).

Entre os estados, a Paraíba teve a maior variação mensal, 2,55%, com alta na parcela de materiais e acordo coletivo firmado para as categorias profissionais. ( Agência IBGE)

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