Uma nova composição de fármacos está sendo testada para ser utilizada no tratamento da tuberculose. Um dos pesquisadores envolvidos nos estudos é o professor do Departamento de Química do Câmpus Londrina, Fábio Vandresen. Os pesquisadores depositaram o pedido da patente “Utilização de derivados 3,5-dinitrobenzoilhidrazonas para o tratamento da tuberculose”. Eles analisam a aplicação de uma série de N-acilhidrazonas como candidatas a fármacos para tratamento de tuberculose, doença causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis.
Através de estudos in vitro, os resultados revelaram que algumas moléculas apresentaram inibição do crescimento bacteriano similar a um dos fármacos utilizados no tratamento da tuberculose. E, em alguns casos, essas moléculas apresentaram inibição superior a esse fármaco quando foram testadas para cepas mais resistentes da micobactéria.
O pesquisador Fábio Vandresen ainda acrescenta que, com os compostos, foi verificada baixa ação antibacteriana para outras cepas bacterianas e micobactérias não-tuberculosas e baixa toxicidade para células saudáveis, indicando que elas podem ser seletivas contra a bactéria causadora da tuberculose.
Além do professor Fábio, participam dos estudos, os pesquisadores Regiane Bertin de Lima Scodro (Departamento de Biomedicina e Análises Clínicas da UEM), Vanessa Guimarães Alves Olher (IFPR-Paranavaí), outros três docentes da UEM e alunos de graduação e pós-graduação. A obtenção dos compostos bioativos foi iniciada em 2017, durante o projeto de Iniciação Científica do aluno Diego Daniel Rodrigues Inssauralde do curso de Engenharia Química.
Segundo o professor Fábio, os estudos reportados na patente não envolveram avaliação in vivo. “Ou seja, esses estudos precisam ainda ser conduzidos para medir a eficácia e a toxicidade desses candidatos a fármacos antes de administrar como um medicamento aos humanos”, completa.
Tuberculose
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, atualmente, o tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, e são utilizados quatro fármacos que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
Segundo o grupo de pesquisadores, muitos casos de resistência aos fármacos padrão têm surgido, contribuindo para o agravamento dos casos. Desta forma, é fundamental o desenvolvimento de pesquisas que buscam novos compostos, mais eficazes e com menor toxicidade para o tratamento dessa doença.
O pedido de patente foi depositado com o protocolo BR 10 2021 002107 1.( UTFPr )