O Senado Federal aprovou um Projeto de Lei que devolve aos consumidores de energia elétrica R$ 50 bilhões cobrados a mais pela incidência de PIS e Cofins sobre as tarifas de energia. Desde 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a cobrança indevida e determinou a devolução do valor aos consumidores.
Para que a devolução se torne possível, o Senado aprovou a criação, pela União, da Conta de Redução Social Temporária de Tarifa (CRSTT). Esta conta deve receber os R$ 50 bilhões cobrados indevidamente pelas distribuidoras de energia e repassar o valor aos consumidores na forma de descontos na conta de luz, pelos próximos cinco anos.
O valor do reembolso deve levar em conta a reposição pela inflação de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Já a redução na tarifa deverá ser aplicada antes de descontados os impostos e incidir sobre o valor da energia consumida e sobre a tarifa pelo uso do sistema de distribuição de energia.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os descontos nas contas dos consumidores podem chegar em média a 5% do valor. A Aneel não descarta a possibilidade de abater esses valores em aumentos futuros nas tarifas.
Para este ano, a Agência prevê um reajuste nas tarifas de 13%. Um estudo da Associação dos Engenheiros e Técnicos da Eletrobras (Aesel) prevê que as tarifas de energia podem subir, no mínimo, mais 14%, nos próximos três anos, se a estatal for privatizada como quer o governo de Jair Bolsonaro ( ex-PSL). Os descontos nas contas de energia elétrica dos consumidores ainda não têm data para iniciar. O Projeto deverá ser ainda aprovado pela Câmara dos Deputados e seguir para a sanção presidencial. (CUT)