FRENTE PARLAMENTAR SOBRE O PEDÁGIO RECEBE NOVAS MANIFESTAÇÕES CONTRA O MODELO DE CONCESSÃO DAS RODOVIAS

Ivan de Colombo

A mobilização promovida pela Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná continua repercutindo pelo interior do Estado. Vereadores dos municípios de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, e de Corbélia, na região Oeste, entregaram aos deputados estaduais nesta quarta-feira (30) documentação com reivindicações da população para as novas concessões e também demonstrando insatisfação com o modelo apresentado até o momento.

Em Jacarezinho, uma audiência pública realizada pela Câmara de Vereadores deu origem a um manifesto demonstrando o descontentamento com o modelo proposto e solicitando a inclusão de benfeitorias para o município. “A proposta apresentada hoje desse modelo de pedágio não agrada a população de Jacarezinho. Primeiro pelo pouco investimento em nossa região e ainda vai aumentar mais duas praças de pedágio, mais uma em Jacarezinho e outra em Siqueira Campos sentido Curitiba. Vai aumentar o custo da nossa produção e não vamos poder concorrer com outros municípios, vai ficar caro para nós e torna inviável a nossa economia”, explica o vereador Professor Nilton Stein (PT).

Além da exclusão das novas praças de pedágio na região, a população quer a inclusão de obras como trincheiras, viadutos e vias marginais nos parques industriais. Segundo o vereador, foi graças ao trabalho da Frente Parlamentar que a população tomou conhecimento do que aconteceria na região. “Quando os deputados fizeram a audiência em Jacarezinho abriu os nossos olhos para saber como é esse modelo de pedágio. A partir daí nós pudemos ter conhecimento e também fazer as nossas proposições junto essa Frente Parlamentar”.

Segundo o coordenador da Frente Parlamentar, deputado Arilson Chiorato (PT), a formalização dos anseios da população demonstra a necessidade de debater o tema e ouvir os usuários. “Isso é um clamor. São pautas que essa Frente defende. São manifestações técnicas que relatam a preocupação com a vida social, com acesso à saúde e à educação e, principalmente, com o atraso econômico que o Paraná pode enfrentar nos próximos anos”.

Para o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), primeiro secretário da Assembleia, o momento é de expectativa para a apresentação do novo modelo prometido pelos governos estadual e federal, mas ainda assim, com muita preocupação. “A sociedade paranaense, por meio das Câmaras de Vereadores, continua manifestando contrariedade ao estudo que foi apresentado pelo Ministério da Infraestrutura em relação a futura concessão de pedágio no Paraná. Tudo isso, cria um ambiente em que as pessoas estão muito preocupadas com o que está acontecendo. Ao mesmo tempo, há um momento de silêncio depois que o governador foi ao presidente da República e ao ministro e o Governo Federal fez uma nova proposta”.

Nesta quarta-feira (30), os avanços nos estudos da nova proposta de modelagem das concessões de rodovias no Paraná foram apresentados pelo Governo do Estado apenas para os representantes do chamado G7, grupo que concentra as principais entidades do setor produtivo.

O projeto estaria na fase de detalhamento, no entanto, a informação de que a garantia da execução das obras estaria vinculada ao desconto oferecido através de um aporte de recursos proporcional a essa redução preocupou os integrantes da Frente Parlamentar.  “Se isso for verdade teremos menos empresas participando, porque os aportes podem ser altos e vai ficar só os grandes, e vai também diminuir o valor do desconto da tarifa. Não vai ter um pedágio com a justiça que precisa”, alerta Chiorato.

Romanelli destaca que o debate ainda está no começo e que os parlamentares aguardam o momento adequado para se manifestar no processo. “Obviamente que a última palavra dessa questão será dada pela Assembleia Legislativa. Então, nós estamos esperando, generosamente, o governador do Estado chamar a Assembleia para debater esse tema. Até lá, nós temos muitas preocupações”.

Entre as bandeiras da Frente Parlamentar estão a construção de um projeto baseado na menor tarifa, a garantia de que as obras previstas em contrato sejam executadas e o fim do chamado degrau tarifário, que permitiria um aumento de até 40% nas tarifas após a conclusão das obras. ( ALEP)

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