A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abriu hoje (19) a exposição Vida e Saúde: Relações (Invisíveis), no campus sede da instituição, em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. A exposição é interativa e conta com recursos inclusivos. Na mostra, é possível observar microrganismos em microscópio e sentir a textura de colônias de fungos e bactérias, além de praticar jogos.
“É uma exposição que fala das múltiplas dimensões da vida e da saúde e dessa relação. Ela vai desde o universo microscópico até o macroscópico, falando sobre a determinação socioambiental da saúde, sobre nossa relação com o meio ambiente e com o planeta de maneira geral e das relações do nosso corpo com a saúde”, disse o coordenador da equipe de concepção da exposição, Alessandro Machado Franco Batista.
A importância das vacinas também é tratada na exposição. Em um jogo interativo, os visitantes têm o desafio de vacinar o maior número possível de pessoas para evitar que doenças se propaguem. Também é possível aprender mais sobre a diferença entre soros e vacinas e ter acesso a equipamentos antigos em que a Fiocruz produzia soros.
“A exposição, pensada pré-pandemia, é atravessada pela pandemia. Durante o processo de concepção, fomos reafirmando muitos conceitos importantes”, disse Batista. Segundo ele, pela própria história do prédio da Fiocruz, que tinha cavalos para produção de soros, 100 anos atrás, já era importante falar sobre a produção de vacinas. “Durante a pandemia, isso se tornou uma coisa fundamental para que as pessoas se sensibilizassem sobre a importância da vacinação”, acrescentou.
A mostra está no Museu da Vida, criado em 1999 como parte da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Após dois anos de pandemia, o museu volta a receber visitas presenciais.
“Retomar as atividades presencias tem sido uma emoção em toda as áreas, mas ver o Museu da Vida com atividades abertas ao público, principalmente pensando o grande impacto da pandemia na educação, especialmente no ensino fundamental e médio, é algo de um valor enorme. O museu é para toda a sociedade, mas não se pode deixar de destacar o público de escolas, que é e sempre foi presença marcante nas ações do Museu da Vida”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
Campus-parque
O museu funciona na cavalariça, local construído entre 1904 e 1905 para acolher os cavalos que eram usados para a produção de soros contra a peste bubônica. A construção é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Trata-se da primeira entrega à sociedade prevista no Plano de Requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm). A iniciativa prevê intervenções e novos usos para os primeiros edifícios da instituição, concebidos pelo próprio médico e sanitarista Oswaldo Cruz e projetados pelo engenheiro português Luiz Moraes Jr, entre 1904 e 1922. A primeira fase do plano tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como principal parceiro.
A intenção é que todo o espaço torne-se, cada vez mais, um campus-parque aberto ao público. “Nossa instituição tem um castelo como símbolo, um castelo como monumento da ciência, mas, desse castelo temos que ver a cidade, os seus desafios e os imensos problemas”, ressaltou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
O Museu da Vida funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 16h30 e, aos sábados, das 10h às 16h. A exposição é gratuita, mas é necessário marcar a visita neste endereço.
Edição: Nádia Franco