A partir de imersão no acervo, exposição no MON celebra a arte feita por mulheres

Ivan de Colombo

O Museu Oscar Niemeyer (MON) inaugura no dia 27 (quinta-feira) a exposição “Afinidades II – Elas!”, na Sala 3. A mostra faz parte do projeto “Afinidades”, que teve início em 2021.

Nesta segunda edição, um grupo de artistas mulheres, de diversas regiões do Brasil, foi convidado a participar, a partir de uma imersão na coleção permanente de obras do Museu Oscar Niemeyer. Com curadoria de Marc Pottier, a mostra reúne dez artistas brasileiras, com a intenção de ser uma celebração da arte feita por mulheres.

“O olhar feminino das artistas convidadas conferiu à exposição uma grande diversidade de obras, passando por épocas e temáticas distintas, que certamente irá instigar e sensibilizar o espectador”, diz a diretora-presidente do MON e idealizadora do projeto, Juliana Vosnika.

“As artistas participantes selecionaram obras no acervo do MON com as quais têm maior afinidade e que mais as inspiram e, a partir delas, construíram uma nova narrativa. A intenção com isso é promover a coleção a partir de diferentes abordagens”, explica Juliana.

Como resultado, artes asiática e africana estão representadas nesta exposição, assim como o trabalho do artista curitibano Poty Lazzarotto, trazendo ao público um pouco das três grandiosas doações recebidas pelo MON, além de várias outras obras de renomados artistas contemporâneos, sob o olhar das artistas.

“É fundamental que o Museu abra espaço para a representatividade feminina nas artes. E fazer isso por meio de ações curatoriais é formidável. O olhar sensível dessas artistas convidadas leva o expectador a uma diferente leitura do acervo do MON”, afirma Luciana Casagrande Pereira, superintendente-geral da Cultura.

OLHAR FEMININO – A exposição “Afinidades II – Elas!”, com cerca de 130 obras, conta com a participação das artistas convidadas Carina Weidle, Debora Santiago, Juliana Notari, Juliana Stein, Laura Vinci, Leila Pugnaloni, Maria Macêdo, Mariana Palma, Regina Silveira e Vilma Slomp.

Após uma imersão no acervo do MON, elas escolheram obras dos artistas Alfredo Volpi, Antanas Sutkus, Arcangelo Ianelli, Carlos Fajardo, Daniel Senise, Didonet Thomaz, Dulce Osinski, Eduardo Berliner, Eliane Prolik, Emerson Persona, Flavio Cerqueira, Francisco Faria, Francisco Stockinger, Geraldo Leão, Heliana Grudzien, Hugo Mendes, Ida Hannemann de Campos, Jefferson Cesar, João Turin, Leonardo Régnier, Leonor Botteri, Leopoldo Plentz, Maria Bonomi, Martín Chambi, Masao Yamamoto, Miguel Bakun, Poty Lazzarotto, Rodrigo Andrade, Tomie Ohtake, Valdir Cruz, Violeta Franco, Washington Silvera e Wayna Picchu.

Segundo a curadoria, a partir dessas obras foram criadas novas composições, que permitem revisitar as coleções do MON com uma grande variedade de épocas e suportes, permitindo assim percorrer a história da arte desde o século XIX até os dias de hoje.

“Na exposição, tratou-se de celebrar relações com uma surrealidade entre obras de arte escolhidas propositalmente. Esse jogo leva a sensações oferecidas pelos artistas aos visitantes”, comenta Marc Pottier. “Nesse exercício, as artistas assumem o lugar do curador, que passa a atuar apenas como conselheiro, para dialogar sobre as possibilidades e a forma de apresentar os casamentos entre as obras”, diz.

Ele explica que “Afinidades” tornou-se um projeto anual do MON que dá vida, pelo olhar de artistas, à variedade das coleções do Museu. “Melhor do que ninguém, artistas sabem fazer a ligação entre o público e as obras através de uma narrativa nutritiva que também lhes permite compreender melhor o que é a criatividade artística”.

Nos últimos anos, o acervo do Museu Oscar Niemeyer teve seu tamanho quintuplicado, passando de 3 mil para 14 mil obras. Mais do que um simples aumento quantitativo, nesse período o Museu alterou e expandiu o marco referencial, demonstrando amadurecimento como instituição museológica. Além das áreas de artes visuais, arquitetura e design, com ênfase em arte paranaense e brasileira, o MON ampliou sua vocação e hoje também se dedica à formação de acervo de arte africana contemporânea, latino-americana e asiática.

SOBRE O MON – O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, sendo 17 mil de área para exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço:

Afinidades II – Elas!

Sala 3

A partir de 27 de outubro de 2022.

Fonte: Agência Estadual de Noticias

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