Mistério e lenda da Gruta de Bacaetava em Colombo

Ivan de Colombo

Nas matas exuberantes de Colombo, antes da chegada dos imigrantes italianos, vivia um jovem guerreiro da tribo Tingui chamado Arco de Flecha. Ele era conhecido por sua bravura e habilidades excepcionais na caça e na guerra. Seu coração, no entanto, pertencia a uma linda índia da tribo Tumirim, chamada Yara, cuja beleza encantava a todos ao seu redor.

O amor entre Arco de Flecha e Yara floresceu em meio às árvores densas e aos rios cristalinos, mas não passou despercebido. O feiticeiro da tribo Tumirim, um homem de poderes obscuros e ambições sombrias, também se enamorou por Yara. Ele desejava tê-la ao seu lado, e sua inveja pelo amor verdadeiro dos jovens logo se transformou em hostilidade.

Para unir as tribos, o cacique Pena Dourada decidiu que Yara e Arco de Flexa deveriam se casar. A cerimônia estava marcada, mas o destino tinha outros planos. Na calada da noite, o feiticeiro armou uma emboscada. Arco de Flecha, desprevenido, foi atacado, e Yara foi sequestrada, levada para a sombria Gruta de Bacaetava.

Árvore de Tupã( Bosque da Uva)

Até hoje, há uma marca em uma árvore, conhecida como a Árvore de Tupã, onde surgiram raios de fogo, vestígios dos poderes mágicos que o deus Tupã concedeu ao valente Arco de Flecha. Em um momento de desespero e amor genuíno, Arco de Flecha dirigiu-se a Tupã, o deus do trovão, implorando por ajuda contra as trevas que ameaçavam sua aldeia e seu amor. Comovido pela pureza de seu pedido, Tupã atendeu ao chamado do guerreiro.

Ao fazer isso, abriu um portal no tronco da árvore, de onde emergiram os poderes místicos que fortaleceriam Arco de Flecha. Agora transformado em um ser capaz de desafiar as forças da escuridão, ele armou-se com suas novas habilidades e seguiu corajosamente para confrontar o feiticeiro na gruta, determinado a livrar sua terra das ameaças que a cercavam. A árvore, símbolo da intervenção divina, permanece como um testemunho do amor e da bravura de Arco de Flecha.

Índia Yara (Gruta de Bacaetava)

Caveira(Gruta de Bacaetava)

A batalha foi intensa, ecoando entre as pedras e iluminada pela fúria dos relâmpagos. No entanto, antes de ser derrotado, o feiticeiro lançou um feitiço que transformou Yara em uma estátua de pedra, imortalizando sua beleza e tristeza. Arco de Flecha, em sua fúria, lutou bravamente e, com a intervenção dos filhos de Tupã, o feiticeiro foi enviado para outra dimensão. Porém, sua cabeça ficou presa no paredão da gruta, uma caveira que vigiava Yara eternamente.

Gruta de Bacaetava(Mão de Buda)

 

Com o passar do tempo, uma fruta mágica chamada “Mão de Buda” começou a brotar ao lado da estátua. Dizem que a única maneira de Yara despertar de seu sono eterno era comer dessa fruta. Arco de Flecha, agora um espírito, tornou-se o Bruxo do Morro da Cruz, guardião da gruta e protetor da cidade de Colombo.

Bruxo do Morro da Cruz

As lendas falam que, em noites de lua cheia, quem se aventurar pelo morro pode ouvir as súplicas de Arco de Flexa e, ao mesmo tempo, o chamado de Yara, ecoando entre as árvores. Aqueles que encontrarem a Mão de Vida e a oferecerem à estátua poderão testemunhar o reencontro dos amantes, enquanto o espírito do guerreiro luta contra as forças do mal que ainda desejam separá-los.

Assim, a história do Bruxo do Morro da Cruz e do amor eterno entre Arco de Flexa e Yara continua a ser contada, um lembrete da força do amor e da luta contra a escuridão. (Ivan de Colombo)

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