Embora aclamada por alguns como a última salvação da humanidade, a internet é vista por uma pespectiva bem diferente nas obras do autor Nicholas Carr. Em Is Google Making Us Stupids? e The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains, Carr defende que a revolução tecnológica, cultural e biológica que estamos vivendo está nos deixando cada vez mais distantes dos livros e influenciando, inclusive, nossos cérebros. Isso aconteceria porque o consumo do que se faz na internet está cada vez mais superficial.
A dinâmica da Internet faz com que nosso cérebro funcione de uma maneira diferente. Ele passa a perceber as coisas de uma maneira muito superficial e isso também influencia a nossa escrita.
Além disso, com a internet cada vez mais difundida ao redor mundo e o uso frequente de celulares para enviar mensagens, a interatividade entre as pessoas e o acesso à informação estão crescendo num ritmo acelerado. Os jovens têm passado boa parte de seu tempo em frente ao computador ou teclando seus celulares, principalmente para usar as redes sociais.Um estudo feito pela Wake Forest University e pela Penn State University, ambas nos EUA, mostrou que o medo que os pais têm de os filhos serem prejudicados pela comunicação eletrônica é justificável. Alunos estão cometendo constantemente erros de ortografia e 11% dos entrevistados admitiram que a escrita acadêmica é prejudicada pelos hábitos adquiridos na internet.
Segundo Ana Paula Mira, consultora em Língua Portuguesa e diretora geral da Toda Letra, um dos erros mais comuns é “demonizar” o meio. O problema não é o meio, mas a formação das pessoas que têm acesso a ele. “É correto dizer que o uso excessivo da internet afeta mais aquelas pessoas que não leem, que não utilizam outras formas de entretenimento que não seja a internet. Mas também há crianças, jovens, adultos e idosos sem formação adequada. Portanto, isso é uma questão de como você construiu sua base cultural e de conhecimento, principalmente de língua”, afirma. Além disso, as pessoas podem fazer com a que a influência da internet na escrita seja menor. “É preciso utilizar outros veículos de informação e de entretenimento, e usar melhor a própria internet. É estarrecedor ver como, hoje, muita gente se informa apenas pelo que seus amigos compartilham no Facebook, sendo que temos à disposição uma mídia que tem o mundo ao nosso alcance”, coloca.
A Toda Letra auxilia as pessoas com dificuldades na escrita através de de cursos personalizados e com exemplos próximos de nossos alunos. “A ideia é perceber que isso é mais comum do que se imagina. Nos nossos cursos, procuramos mostrar como a linguagem oral migrou para a escrita, e como a escrita na internet é uma terceira via híbrida desses dois registros”, encerra Ana Mira(Toda Letra).