Após autorização judicial, corpo da adolescente Tayná é exumado

Foto: Blog Ivan de Colombo
O corpo da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, morta no mês de junho, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, foi exumado nesta quarta-feira (28), no Cemitério Ecológico Jardim da Colina. O procedimento foi solicitado pelo Ministério Público (MP) do Paraná e autorizado pela Justiça na segunda-feira (26). Os promotores responsáveis pelo caso avaliaram a perícia como positiva, contudo, não expuseram detalhes já que o processo tramita em segredo de justiça.
A garota sumiu, em Colombo, no dia 25 de junho. Dois dias depois do desaparecimento, quatro homens, que trabalhavam em um parque de diversão da cidade, foram presos. À época, a polícia informou que eles haviam confessado que violentaram e mataram a garota. Dias depois, a perita da Polícia Científica, presente no momento em que o corpo de Tayná foi achado, afirmou não ter encontrado indícios de estupro. A partir daí, as investigações tomaram outro rumo e toda a equipe da delegacia responsável foi afastada. Houve, inclusive, a denúncia de que a confissão ocorreu sob tortura, e 14 policiais foram presos.
foi confirmada pelo advogado que representa a família de Tayná, Luis Gustavo Janiswoski. Assim como o MP, ele também solicitou o exame cadavérico por considerar que existe divergências entre os órgãos públicos que participam da investigação. “Instituto de Criminalística diz uma coisa, IML [Instituto Médico-Legal] diz outra e Polícia Civil outra. Em virtude a essa desinformação, a família pediu o laudo de necropsia através da exumação”, disse Janiswoski ao G1. Entretanto, o pedido não foi aceito já que a juíza Aline Passos, da 1ª Vara Criminal de Colombo, já havia concedido a mesma autorização ao MP
A juíza selecionou aleatoriamente dois peritos do Instituto Médico-Legal (IML) para realizar a perícia cadavérica. O procedimento foi acompanhado pelos promotores de Justiça que atuam no caso, Ricardo Casseb Lois e Paulo Sergio Markowicz de Lima, e pelo o médico legista que assinou o laudo de necropsia de Tayná. Segundo o MP, o estado de composição não influiu no exame.
Inquérito prorrogado
No dia 13 de agosto, o delegado Guilherme Rangel, responsável pelas investigações sobre a morte da menina, informou que solicitou a prorrogação do prazo para conclusão do inquérito, que deveria ser entregue até dia 15. Nesta quarta-feira, o Ministério Público anunciou que vai conceder a prorrogação do prazo solicitada por Rangel. Segundo o MP, a renovação do prazo se torna necessária para que diligências pendentes sejam concluídas. Com a prorrogação, o delegado ganhou mais 30 dias para apontar um desfecho sobre o caso.
Tortura
O Ministério Público apresentou denúncia, no dia 1º de agosto, contra 21 suspeitos de tortura contra os quatro homens que haviam sido presos como suspeitos de matar e estuprar Tayná. Dos 21 suspeitos de tortura, 16 são policiais civis, um é policial militar, dois são guardas municipais e dois são presos de confiança. Além da denúncia por prática de tortura, alguns também foram acusados por falso testemunho, lesão corporal de natureza grave e abuso de autoridade e crime de natureza sexual.
A repercussão do caso e dos possíveis erros na investigação inicial acabou respingando na cúpula da Polícia Civil. O então delegado-geral, Marcus Vinicius Michelloto foi substituído por Riad Braga Farhat, que comandava a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).
Fonte: G1
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