O programa Bolsa Família, a menina dos olhos dos governos do PT, foi envolvido em mais um caso de fraude. O Ministério Público Federal de Goiás identificou 20 beneficiários do programa que doaram dinheiro na última campanha eleitoral municipal de Goiânia.
“É incompatível uma pessoa que depende de um benefício para sobreviver poder doar, por exemplo, uma quantia de R$ 600 para uma campanha política. Não é ilícito fazer doação para campanhas, mas nesse caso, é preciso apurar a questão”, afirmou o procurador [Ailton Benedito] ao G1.
A fim de investigar se existem casos semelhantes em outras cidades do país, o procurador solicitou um cruzamento de dados do cadastro de beneficiários do Bolsa Família com a lista de doadores de campanha do Tribunal Superior Eleitoral. O resultado deve sair em 20 dias.
Não é a primeira vez que se descobre beneficiários do programa que não se encaixam em seus requisitos – um dos principais seria possuir renda familiar per capita abaixo de R$ 70 mensais. Em maio de 2013, à época dos boatos sobre o fim do programa, vieram à tona casos de vereadores de cidades maranhenses e cearenses que recebiam o dinheiro, mesmo com um deles, o petista Juscelino do Carmo Araújo, tendo declarado à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 320 mil.
Antes, em janeiro do ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou 2,8 mil irregularidades no programa em 24 municípios. Em Santana (PE), foram encontrados 99 beneficiários que possuíam emprego na esfera municipal. Em outras cidades, havia ainda favorecidos que constavam como estudantes, mas não foram localizados nas escolas, famílias com dados cadastrais desatualizados por mais de dois anos e retenção de cartões do programa em estabelecimentos comerciais, o que é proibido.
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