A existência de espaço para divulgação de matérias sensacionalistas tem levado muitos inocentes para a cadeia, absolvido culpados e atuado como protagonistas de grandes tragédias, dor e sofrimentos que muitas vezes são irreparáveis. Um exemplo recente foi o caso de uma família do bairro Guaraituba em Colombo, em tese a forma como foi divulgado a morte de uma criança de 6 anos, levantou a suspeita que a mesma teria sido vitima de estupro praticado pelos avós ou pelo pai da criança
No inicio do mês e março, segundo os seus progenitores, a criança foi levada a uma unidade de saúde do município após notarem a presença de febre alta acompanhada por uma forte gripe. Mesmo recebendo a medicação os sintomas persistiram dias após a consulta. Com o quadro instável, a criança chegou a ser levada até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Alto Maracanã, infelizmente o relatório médico registrou que a vitima já não apresentava sinais vitais. Esse seria um caso ocasional se não fosse o vazamento da informação da suspeita do médico que teria duvidas do real motivo da morte da criança. Oficialmente não se tem noticia de quem vazou a informação da suspeita de abuso sexual.
Casos com este é a oportunidade da mídia medíocre e sensacionalista “cantar de galo” ao publicar a informação antes da mídia séria que apura os fatos conforme os princípios da ética profissional.. Uma menina de 6 anos com suspeita de estupro é um prato cheio para o sensacionalismo. É nessa hora que o cidadão humilde e trabalhador tem sua imagem jogada na lama e sua desgraça vira dança do sapo, do urubu ou dança do galo, apenas no intuito de ganhar audiência .
A causa da morte da criança foi divulgada( ainda com fonte desconhecida)como suspeita de estupro. A revelação incitou a ira de um grupo de moradores da região que estavam dispostos a fazer justiça com as próprias mãos. O grupo chegou a proferir palavras de baixo calão, fixaram no muro da resistência uma faixa acusando a família de estupradores e ameaçaram a incendiar a residência. A informação sensacionalista estaria hoje com as mãos manchadas de sangue se o não fosse a intervenção responsável da policia militar de Colombo que agiu rapidamente no intuito de preservar a integridade física das vitimas. A busca pela audiência pode transformar em menos de 15 segundos um cidadão de bem em criminoso e estuprador.
Felizmente a verdade vem a tona após 30 dias e obrigada a mentira a descer do poleiro. O laudo oficial do IML inocenta os acusados ao divulgar que a criança morreu vitima de uma Broncopneumonia e não foi identificado sinais de abuso sexual.
SEGREDO MÉDICO
Se realmente foi o médico a fonte da informação ele deve responder processo criminal conforme determina o artigo 154 do Código Penal, e pelo artigo 102 do Código de Ética Médica que é claro quando cita que o médico é obrigado a preservar a intimidade do paciente. No entanto, caso seja provado a sua inocência, os culpados devem ser identificados e punidos.
Laudo do IML
O Laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, afirma que não houve violência física ou sexual. “Ausência de sinais ectoscópicos sugestivos de violência física; região perineal (região vaginal) sem lesões, membrana hímenal (hímen) íntegra (…); região perianal (região do ânus) sem fissuras ou outras lesões. As roupas da criança também foram periciadas e não foi localizado a presença de material humano(sêmen).
A família finalmente poderá chorar a morte da criança após terem o choro sufocado pela injustiça e maldades do sensacionalismo. A fonte geradora dessa informação precisa ser investigada.